(Carlos Bolívar / Amazonas1)
Ocasionada por questões políticas, a crise humanitária na Venezuela que iniciou em meados de 2013 gerou um grande fluxo imigratório no Brasil. Como a região Norte faz fronteira com a Venezuela, os estados de Roraima e Amazonas são os que mais recebem os refugiados.
Em Manaus a onda imigratória iniciou em 2017 e segundo dados do sistema de registro da Polícia Federal, cerca de 16 mil venezuelanos haviam solicitado formalmente refúgio em Manaus até abril de 2019. Atualmente, são 1.115 venezuelanos distribuídos em seis abrigos espalhados da cidade. A equipe de reportagem do Amazonas1 visitou um desses abrigos, localizado no bairro Santo Antônio, zona Oeste de Manaus: a Casa do Migrante João Batista Scalabrini.
Desafios da acolhida
Inaugurada em 2016, a Casa do Migrante João Batista Scalabrini acolhe imigrantes refugiados de várias nacionalidades. O trabalho é realizado pela Cáritas Arquidiocesana de Manaus e se mantêm com a ajuda da Igreja Católica e da comunidade. Só em 2018, mais de 850 imigrantes refugiados passaram pela casa que atualmente abriga 49 adultos e 9 crianças.
Letícia Graneto, voluntária responsável pela local, explica como é desenvolvido o trabalho de acolhida: “A casa não oferece estadia fixa para os imigrantes, nosso objetivo é dar a eles condições para conseguirem emprego ou alguma estabilidade, em seguida a Cáritas Manaus libera o aluguel social durante alguns meses”.
A voluntária acrescenta que a doação do governo japonês, anunciada na última semana, vai melhorar muito a estrutura da casa. No entanto, como é grande a demanda de refugiados, os desafios vão continuar. “Esse valor não é suficiente para cobrir todas as nossas necessidades, vamos conseguir melhorar a estrutura, mas ainda temos muitas outras carências”, explica.
Ajuda internacional
Na última quinta-feira, 10, o Consulado- Geral do Japão anunciou uma doação do governo japonês para a Casa do Migrante João Batista Scalabrini. A ajuda de cerca de R$ 445 mil (US$ 121.734,00), foi articulada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil com entidades locais, e será utilizada para reforma e ampliação da casa, a fim de aumentar a capacidade de acolhida.
A reforma vai seguir os padrões internacionais de abrigamento, com novos dormitórios e espaço para atendimento para casos de proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade e será adaptado para fornecer acessibilidade aos perfis mais vulneráveis, como pessoas com necessidades específicas.
O anúncio foi feito na sede da Cáritas pela cônsul-geral do Japão, Hitomi Sekiguchi. Estiveram na solenidade a chefe da unidade de Manaus do ACNUR, Catalina Sampaio, o vice-presidente da Cáritas, Pe. Alcimar Araújo, a secretária executiva adjunta de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Edmara Cambaúva e o coordenador da Casa do Migrante, Valdecir Molinari.
Para o vice-presidente da Cáritas, Pe. Alcimar Araújo, a construção vem melhorar a estrutura de acolhimento, e amenizar os desafios dos refugiados na cidade. “A Cáritas recebeu esse desafio com muita responsabilidade, pois entendemos que é o momento de estendermos às mãos aqueles que tanto precisam. A reforma vem em boa hora, e vamos nos mobilizar para que as obras iniciem o mais rápido e tragam impacto o quanto antes”, destacou.
Confira a matéria:
Os interessados em colaborarem com doações ou trabalhos voluntários, podem ser dirigir diretamente no abrigo ou por meio de solicitação via contato, no telefone: (92) 99180-0878.
(*) Com informações da assessoria sobre a doação do governo japonês
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