
(Foto: Celso Maia/Portal AM1)
Manaus (AM) – Após quase 30 horas de julgamento, a Justiça do Amazonas condenou, nessa quarta-feira (11), a mais de 76 anos de prisão, o casal Beatriz Rodrigues Matos e Clayton Augusto Souza do Carmo, madrasta e pai de Davi Lucas, responsáveis pelos maus-tratos cometidos contra a criança, em 2022, em Manaus.
A época, o menino, que tinha 4 anos, sofreu agressões após passar um fim de semana na casa do pai. Hoje, com 6 anos, a criança sobrevive com sequela neurológica grave e vive restrita ao leito, traqueostomizada e fazendo uso de sonda nasoentérica para se alimentar e se hidratar, conforme laudos médicos.
Beatriz e Clayton, denunciados pelo Ministério Público por tentativa de homicídio e tortura contra o menor, foram condenados a 14 e 62 anos de reclusão, respectivamente.
Conforme a investigação, Davi Lucas chegou a sofrer um desfalecimento no hospital devido à retirada de uma tampa de pasta de dente de suas vias respiratórias. O episódio ocorreu quando ele estava sozinho com a madrasta.
O casal já cumpria prisão preventiva desde abril de 2024. Eles foram presos em Iranduba. Após a condenação, o juiz determinou o cumprimento imediato da pena em regime fechado.
O caso
A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) investigava o caso desde maio de 2022, após o registro de um Boletim de Ocorrência (BO) com relatos dos abusos contra Davi Lucas em uma passagem pela casa do pai.
Em junho do mesmo ano, o menino teria retornado à casa de Clayton e, na ocasião, chegou a engolir uma moeda, expelida com sangue, informação omitida pelo pai, que adiou a entrega da criança à mãe. Dias depois, o menino sofreu uma parada cardiorrespiratória e desmaiou.
Outra criança envolvida no caso, irmão da vítima, relatou à polícia que também sofreu agressões da madrasta e presenciou as agressões que ela cometia contra o pequeno Davi.
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