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Casos de sequestro como o de Pedrinho e da recém-nascida em Minas Gerais destacam preocupações de segurança

O modus operandi da sequestradora de 'Pedrinho' foi similar ao do caso do sequestro da bebê recém-nascida em Minas Gerais.

Casos de sequestro como o de Pedrinho e da recém-nascida em Minas Gerais destacam preocupações de segurança

(Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Manaus (AM) – Casos de sequestros de recém-nascidos, como o que aconteceu nesta terça-feira (23), no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, já foram, inclusive, retratados na teledramaturgia brasileira. Um das ocorrências mais emblemáticas envolvendo o crime foi o ‘Caso Pedrinho’, que inspirou a novela “A senhora do destino”, de Aguinaldo Silva, exibida entre 2004 a 2005.

Sequestrado 13 horas após seu nascimento, Pedrinho ficou distante da mãe biológica, Maria Auxiliadora Rosalino, durante 16 anos. Ele foi raptado quando Maria Rosalino estava sozinha em um dos quartos do Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul, em Brasília. Aproveitando um momento de vulnerabilidade, uma mulher, que se identificou como assistente social, afirmou que levaria Pedrinho para realizar exames.

O modus operandi da sequestradora de ‘Pedrinho’ foi similar ao do caso do sequestro da bebê recém-nascida, em Minas Gerais. Vestida como profissional da área da saúde e portando crachá de identificação, a mulher teria entrado na maternidade por volta da meia-noite e, em pouco minutos, levado a criança.

Porém, após investigações, a recém-nascida foi encontrada, a pelo menos 130 quilômetros de distância da maternidade onde nasceu. Pedrinho não teve o mesmo destino. O reencontro com sua família biológica chegou somente após 16 anos de longa espera. A autora do crime, identificada como Vilma Martins Costa, criou Pedrinho pelo nome de Osvaldo Borges Júnior, na cidade vizinha à Brasília, em Goiânia.

Vivendo em outra cidade, com outro nome, o crime só foi reconhecido quando a neta do marido de Vilma começou a comparar as imagens de ‘Osvaldo Júnior’ com as imagens do bebê desaparecido em Brasília. Após as dúvidas, a neta foi até SOS Criança de Brasília, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, e teve suas desconfianças confirmadas após um teste de DNA.

Números

Pedrinho e a recém-nascida de Minas Gerais, infelizmente, não foram os únicos a serem vítimas do crime. Em um levantamento, organizado pela universitária Hevelyn Maria, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), constatou que 15 casos de sequestros de crianças de hospitais foram noticiados na mídia entre os anos de 2013 a 2022. A Unidade Federativa predominante foi o estado do Distrito Federal, com 5 (33,3%) casos noticiados.

Esse número representa uma pequena parcela dos casos identificados no Brasil. Conforme o Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), com as notificações dos Programas de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID) dos Ministérios Públicos,  100.372 pessoas foram declaradas como desaparecidas no Brasil. Desse número, 28,32% (o maior percentual) é ocupado por crianças e adolescentes de 12 a 17 anos.

 

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