Manaus (AM) – O Projeto de lei que dispõe a obrigatoriedade de shoppings centers de Manaus disponibilizarem profissionais em comunicação da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), foi deliberado nesta segunda-feira (19), na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Autoria do vereador Roberto Sabino (Podemos), a proposta requer uma avaliação de vários setores do comércio, principalmente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL).
Para o presidente da CDL, Ralph Assayag, há conflitos com o PL. O projeto obriga os shoppings a contratarem intérpretes de libras para auxiliar pessoas com deficiência auditiva.
Apesar de a proposta ser boa, o presidente da CDL, Ralph Assayag se preocupa em como a ação pode afetar o consumidor. Ao Portal AM1, ele falou, principalmente, sobre o aumento de custos.
“A princípio é muito bom, porém, tudo vai aumentar custos. O shopping vai dividir o custo com as lojas e cada vez mais fica maior para o consumidor. Então acho que a gente teria que arranjar maneiras tecnológicas para tentar resolver, porque só vai aumentar custo”, disse o presidente.
Além disso, Assayag frisou a logística necessária para contratação de profissionais específicos para a função.
“Vai ter que ser no mínimo cinco a seis pessoas de libras para cada shopping desse tamanho, porque a extensão do horário do shopping é muito grande. Vai ter que ter duas ou três por dia, pelo horário, aí abre sábado e domingo, e isso também tem que ter um número grande de pessoas que falem com libra. Então a minha preocupação é: custo, que aumenta para o cliente, porque (esse valor) vai ser repassado”, disse.
O PL recomenda ainda, que os shoppings devem colocar em local acessível e fácil localização, a indicação que possuem funcionários habilitados em LIBRAS.
Os centros de compras terão o prazo de 180 dias para total adequação dispostas na Lei, sendo regulamentada pelo Poder Executivo Municipal.
“Essa Proposta de Lei tem o objetivo de inserir cada vez mais as pessoas com deficiência auditiva ou surdas, nos segmentos que necessitem de um maior cuidado no atendimento comercial nos shoppings da capital. A ausência de intérpretes de Libras nestes estabelecimentos expõe as pessoas com deficiências ao constrangimento e dificuldades, pois nem todas conseguem se expressar verbalmente, principalmente em locais muito grandes e com grande fluxo de pessoas como os shoppings”, destacou.
Alternativas
Para Ralph Assayag, há uma outra alternativa que garante acessibilidade para as pessoas com deficiência auditiva, como o uso da tecnologia.
“Nós temos que estudar, discutir para ver se a tecnologia poderia ter uma maneira de ter uma televisão, ter um vídeo, ter algo que a pessoa pudesse apertar. Vinha alguém para fazer todo o contato via libra para uma presença de atender vários shoppings. Então acho que a tecnologia vai ser o grande trabalho que vai ter para que a gente possa estar também tendo o cliente que possa se comunicar por libra”, propôs.
O Projeto de Lei foi deliberado com o n° 256/2023 e vai ser analisado agora pela 2° Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara de Manaus.
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