Manaus, 18 de maio de 2024
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Cenário

Eleições 2024 devem significar a busca por um recomeço de carreiras políticas

Alguns dos que tentarão um 'recomeço' buscando o cargo de vereador são: Therezinha Ruiz; Chico Preto; Dermilson Chagas; Luiz Castro (PDT); Zé Ricardo (PT) e Delegado Pablo.

Eleições 2024 devem significar a busca por um recomeço de carreiras políticas

(Fotos: Divulgação | Arte AM1)

Manaus (AM) – As eleições municipais deste ano devem marcar, para muitos nomes conhecidos do Amazonas e Manaus, um recomeço de suas carreiras na política, já que atualmente essas figuras se encontram fora do “game”, ou seja, sem mandatos eletivos, seja por opção ou por terem sido derrotadas nos últimos pleitos.

Muitos desses políticos já alcançaram voos altos, conquistando votações expressivas, ocupando vagas na Câmara Federal, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), mas agora iniciarão do ‘zero’ em busca de um ‘lugar ao sol’ no cenário político local.

Alguns desses nomes são: Therezinha Ruiz (União Brasil); Chico Preto (PL); Dermilson Chagas (PSB) e Luiz Castro (PDT) que já foram deputados estaduais, além de Zé Ricardo (PT) e Delegado Pablo (PL) que ocuparam o cargo de deputados federais na legislatura passada.

Os políticos citados deverão ser candidatos ao cargo de vereador e, com a decisão, darão início à largada em busca de não serem esquecidos pela população.

Therezinha

A ex-deputada estadual Therezinha Ruiz exerceu o mandato pela primeira vez de 2007 a 2010.

Em seguida, em 2012, ela conquistou uma cadeira na CMM, onde ficou de 2013 até 2018, após ter sido eleita a deputada estadual nas eleições de 2018 e então, assumir a vaga no Parlamento Estadual de 2019 a 2022.

Nas últimas eleições gerais, Ruiz não conseguiu se reeleger. Após a derrota, a ex-deputada assumiu um cargo na Secretaria do Estado de Educação (Seduc).

Therezinha é professora e enquanto esteve exercendo cargos eletivos sempre esteve no comando das Comissões de Educação nas Casas Legislativas.

Dermilson

Dermilson é ex-deputado estadual, cargo o qual exerceu por dois mandatos, de 2015 a 2018 e 2019 a 2022. Enquanto deputado, esteve na oposição ao governo Wilson Lima (União Brasil).

Chagas presidiu a Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento e Desenvolvimento Rural e também a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania, Assuntos Indígenas e Legislação Participativa da Aleam.

Além disso, ele ocupou por sete anos o cargo de superintendente regional do trabalho.

Luiz Castro

Luiz Castro, hoje no PDT, foi prefeito do município de Envira de 1983 a 1988 e de 1993 a 1996. Ele também foi deputado estadual por cinco mandatos consecutivos.

No ano de 2018, Luiz concorreu a uma vaga no Senado Federal, mas não conseguiu se eleger, ficando em terceiro lugar com 581.553 votos.

Em 2022, se candidatou novamente para a mesma vaga e, novamente, não obteve êxito, recebendo um total de 131.116 votos.

Castro também já ocupou em 2019, por sete meses, o cargo de secretário de Educação do estado, no primeiro mandato do atual governador.

Chico Preto

Marco Antônio Souza Ribeiro da Costa, o ‘Chico Preto’, já ocupou uma das 41 cadeiras da CMM por quatro mandatos diferentes. O primeiro foi de 1997 a 2000; o segundo de 2001 a 2004; em seguida de 2005, 2008 e depois mais tarde de 2017 a 2020.

Chico também já foi deputado estadual por dois mandatos consecutivos. Em 2008 assumiu o cargo como suplente e em 2010 foi eleito com 23.153 votos.

O político já exerceu ainda o cargo de secretário do Trabalho e Cidadania no ano de 2004 e também já foi presidente da Câmara Municipal no biênio 2005/2006.

Zé Ricardo

O petista Zé Ricardo já foi deputado federal no período de 1º de fevereiro de 2019 até 31 de janeiro de 2023.

Zé Ricardo também exerceu o cargo de deputado estadual de 2011 a 2019, ou seja, por dois mandatos consecutivos.

O político conhecido como o ‘homem da kombi’ é filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1995. Em 2010, quando venceu a eleição para deputado estadual, ele teve 38 mil votos.

Em 2017, quando disputou o cargo de governador na eleição suplementar obteve 181 mil votos, ficando em quarto lugar no pleito. No ano seguinte, ele foi eleito a uma cadeira na Câmara Federal com 197 mil votos.

No ano de 2020, concorreu à Prefeitura de Manaus, ficando em terceiro lugar com um total de 139.846 votos (14,52%).

Recentemente, o político estava coordenando o escritório estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário no Amazonas (MDA/AM), mas deixou o cargo para poder disputar as eleições deste ano.

Delegado Pablo

Outro nome é o Delegado Pablo, que se elegeu ao cargo de deputado federal na ‘onda’ bolsonarista no ano de 2018, exercendo o mandato até 2022, não conseguindo se manter no cargo, após perder a disputa em outubro de 2022.

Atualmente, Pablo tem participado ativamente de agendas do pré-candidato da direita no Amazonas à Prefeitura de Manaus, deputado federal Capitão Alberto Neto (PL).

Mandato significa influência

Sobre o assunto, a reportagem do AM1 conversou com o sociólogo, cientista político, especialista em eleições e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Gilson Gil.

O especialista explicou que é difícil um político manter influência sem estar num mandato. Para ele, é o mandato que assegura cargos, contratos e poder de barganha, até mesmo para àqueles que mesmo sem mandatos possuem certa influência.

“Estando em algum posto eletivo, o político mantém a sua clientela de apoiadores. A disputa municipal acaba sendo o caminho, teoricamente, mais fácil para eles, pois suas imagens já estão consolidadas e não precisam se esforçar para serem reconhecidos pelo eleitorado em geral”, explicou.

Gilson destacou que o mandato dá legitimidade e confere a autoridade de ainda ser popular e reconhecido pela população. Em suas palavras, “político sem mandato acaba boiando na água”, como diz um ditado popular.

Fim de carreira

O sociólogo disse, ainda, que significará uma séria derrota se àqueles que já foram deputados federais, estaduais ou senadores não conseguirem se eleger ao cargo de vereador.

“Não se eleger para vereador pode consumar o fim de uma carreira e, assim, acabará sobrando para essa pessoa depender de favores de amigos para obter cargos de terceiro escalão. É uma aposta (disputar a atual eleição), mas muitos políticos preferem fazê-la a acabar no ostracismo (esquecimento)”, pontuou o especialista em eleições.

 

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