MANAUS, AM – Para quem pensa que as eleições de 2022 serão fáceis, pode esquecer, pois a briga será decidida partido a partido, e de “máquina à máquina”, isso porque candidatos ao Senado Federal pelo Amazonas vão vir com força total e o apoio dessas máquinas, que correspondem ao governo federal, estadual e municipal serão “arrasadores”.
E no meio de tudo isso, quem quiser chegar à reta final vai ter que traçar estratégias e contar com os seus “apoiadores fortes”. A análise é de Afrânio Soares, diretor da empresa Action Pesquisas de Mercado, que vem avaliando os cenários políticos local e nacional.
Os nomes que já despontam para essa briga de 5 candidatos por uma vaga no Senado são: o atual senador do Amazonas, Omar Aziz (PSD); Coronel Alfredo Menezes (PL); Chico Preto (Avante); Arthur Neto (PSDB) e Luiz Castro (PDT), caso não apareçam mais nomes para deixar essa disputa ainda mais acirrada.
“Nós vamos ter candidato do Lula aqui [Amazonas], vamos ter candidato do Bolsonaro, vamos ter preferências e objetivos distintos. O presidente Bolsonaro, provavelmente, vai de alguma forma interferir nas eleições para o Senado, por quê? Porque ele tem uma rivalidade pessoal com o senador Omar Aziz, motivada pela CPI da Covid, e ele, os objetivos do presidente, não que ele tenha assumido esse objetivo, mas é sabido que o senador não se reeleja e o senador sabe disso e se fortaleceu no interior, principalmente, com os prefeitos, e ele é mais forte no interior do que na capital por causa desse trabalho envolvendo prefeitos e municípios”, pontuou Afrânio.
O cientista político também pontuou onde Bolsonaro pode ser uma “pedrinha” no sapato do senador Omar Aziz.
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“E como que o presidente pode atrapalhar a vida do Senador Omar? É uma vaga só, que o senador Omar ganhou há oito anos, de uma forma acachapante; colocou 72 mil a 25 mil de Alfredo Nascimento, e amassou, colocou uma margem assim enorme e indiscutível, mas agora é outro momento e ele teve uma derrota ao governo em 2018, no governo, mesmo com a articulação do prefeito e com a fórmula que ele tem de jogar e não deu certo”, disse Afrânio.
“O senador tem bala na agulha e o que eu acho é que ele não vai admitir ficar sem mandato e o ideal é que ele continue a ocupar sua própria vaga. Ele tem que chegar junto com todo mundo aqui na capital, e quem é esse todo mundo? Tem o ex-senador Arthur Neto”, pontuou Soares, dizendo que se cogitasse o nome de Omar para deputado federal nos bastidores, o que ele acredita que não acontecerá e que a disputa na capital amazonense é bem diferente que o interior, onde Omar tem uma base mais sólida.
Segundo Afrânio, Arthur Neto deve vir como pré-candidato ao Senado, porque os amazonenses entendem que Neto é melhor no Senado, para defender os direitos do Amazonas, que aqui no estado. “Hoje eu vejo que as pessoas preferem o ex-prefeito lá [Senado] do que no Governo do Amazonas”, pontuou Soares.
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Sobre Coronel Menezes, ele realmente deverá ser o nome oficial ou oficioso do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) no Amazonas. “Menezes deve ser o candidato do presidente e deve ser turbinado de alguma forma. O presidente deve ajudar, de alguma forma, e também, outro candidato nessa sua empreitada de tentar fazer o senador Omar não se reeleger”, ressaltou.
Se a candidatura de Chico, ao Senado, realmente vingar , Chico vai contar com o apoio do prefeito de Manaus, David Almeida, que tem a “máquina municipal” toda em sua mão. Afrânio, porém, acredita que o lugar do Chico é no Parlamento Estadual.
“Tem que ver para onde ele vai de fato. Ele me acenou que vem candidato . Então significa que David vai lançar seu próprio candidato e o Chico entra em um carro veloz, entra na “máquina”. Então, você não vai menosprezar isso, não! Se isso acontecer de fato, ao meu ver, Chico entra na comissão de frente para brigar. Vai ter a máquina da prefeitura para ir ao interior, que vai viabilizar isso”, enfatizou Afrânio Soares.
Quanto a Luiz Castro, Afrânio disse que ele tem chão a percorrer porque o cenário mudou e não deve vir com a mesma força de 2018, quando quase chegou à cadeira de senador. ” O Luiz Castro alega que o infarto o prejudicou, mas aquilo foi o que o elevou. Se não fosse aquilo, ele ia ser o quinto lugar. Ele vem como um nome alternativo, tem votos no interior, na calha do Juruá, mas vem brigando com os outros candidatos que vem com às “máquinas”, disse.
“O Senado é assim: com a “máquina na mão tudo é possível”, finalizou a análise.
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