Manaus, 3 de julho de 2025
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Cidades

Cheia do rio Solimões muda rotina escolar em Benjamin Constant, no AM

Enchente histórica força adaptações no calendário escolar e mobiliza comunidade na tríplice fronteira.

Cheia do rio Solimões muda rotina escolar em Benjamin Constant, no AM

(Foto: Divulgação/Defesa Civil do Amazonas)

Benjamin Constant (AM) – A cheia recorde do Rio Solimões transformou a rotina de estudantes e professores em Benjamin Constant, município do Amazonas localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Com salas de aula alagadas e acessos bloqueados, a prefeitura antecipou as férias escolares e adotou aulas remotas para minimizar os impactos no ano letivo.

Pelo menos 12 escolas das zonas urbana e rural foram atingidas pela subida das águas, que nesta semana alcançaram 14,3 metros – o maior nível desde 2021. A Secretaria Municipal de Educação decidiu suspender as aulas presenciais por 15 dias e implementar um regime emergencial de ensino remoto para cerca de 2,3 mil alunos.

Sem infraestrutura adequada para todos, professores recorrem a grupos de WhatsApp, videoaulas gravadas e materiais em PDF para manter as atividades.

Em bairros como São Sebastião, um dos mais afetados, pais e moradores organizaram vaquinhas virtuais para comprar chips de internet e dispositivos para estudantes de baixa renda.

Se o nível do rio começar a baixar como esperado, as aulas presenciais devem ser retomadas em julho. Enquanto isso, a população cobra políticas públicas de longo prazo para lidar com os efeitos das cheias na educação.

A Defesa Civil do Amazonas emitiu alerta para outras sete cidades que podem sofrer com interrupções semelhantes nas próximas semanas. Enquanto isso, a Prefeitura de Benjamin Constant estuda a construção de escolas flutuantes para evitar novos transtornos.

28 municípios em emergência

A cheia histórica dos rios no Amazonas já atinge 28 municípios em estado de emergência, afetando mais de 260 mil pessoas, segundo a Defesa Civil estadual. Cidades como Manacapuru, Anamã e Beruri registram inundações severas, com ruas alagadas, escolas fechadas e comunidades isoladas.

A cheia do rio Solimões, no oeste do Amazonas, paralisou o comércio e suspendeu aulas em Benjamin Constant e Tabatinga, enquanto Manacapuru registra o maior nível d’água em 12 anos, com bairros completamente alagados.

Na região metropolitana de Manaus, o rio Negro deixou Careiro da Várzea e Iranduba sem abastecimento regular de água e forçou a evacuação de áreas ribeirinhas da capital.

Já no sul do estado, o rio Purus isolou comunidades em Boca do Acre e Lábrea, onde o bloqueio de vias dificulta o transporte de alimentos e medicamentos.

O pico da cheia deve ocorrer em junho, com risco de mais municípios serem afetados, segundo alerta da Defesa Civil do Estado.

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