Manaus, 17 de junho de 2024
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Cocaína adulterada que deixou 24 mortos na Argentina tinha anestésico para elefantes

Substância usada na cocaína foi o carfentanil, anestésico para elefantes apontaram laboratórios da Promotoria e da Polícia Científica

Cocaína adulterada que deixou 24 mortos na Argentina tinha anestésico para elefantes

Foto: Reprodução

BUENOS AIRES – A cocaína adulterada que causou ao menos 24 mortes na Argentina continha carfentanil, um opioide de uso veterinário para animais de grande porte, como elefantes.

A conclusão foi alcançada pelos peritos dos laboratórios da Promotoria de Munro e pelos da Polícia Científica de Buenos Aires, e foi divulgada pelos jornais “Clarín” e “La Nación”.

Inicialmente, a suspeita era de que houvesse sido usado o fentanil, um dos opioides que têm causado uma epidemia de overdoses nos Estados Unidos.

O carfentanil, contudo, é cerca de 100 vezes mais potente, de acordo com a DEA, a agência de combate às drogas do país norte-americano. A DEA chegou até mesmo a orientar seus agentes a não manipularem substâncias se suspeitarem que elas contém carfentanil.

Além das mortes, cerca de 200 pessoas teriam sido intoxicadas, e algumas dezenas foram internadas com sintomas graves de insuficiência respiratória.

A polícia argentina apontou o traficante paraguaio Joaquín Aquino, conhecido como “El Paisa”, como o responsável pela distribuição, ele foi preso e teve uma ordem de expulsão permanente do país emitida. Outras 12 pessoas que teriam se envolvido na venda da droga adulterada também foram presas.

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Intoxicação

As primeiras mortes e internações pelo uso da droga adulterada aconteceram no dia 2 de fevereiro. Em poucas horas, os casos se multiplicaram em diversas regiões da província de Buenos Aires e as autoridades emitiram um alerta.

A origem da droga foi identificada como Puerta 8, uma zona conhecida de tráfico. A polícia apreendeu mais de 15 mil doses do lote, embalado em um plástico cor de rosa, o que teria evitado uma tragédia ainda maior, mas muitas já haviam sido distribuídas, a um valor unitário de 200 pesos (R$ 10).

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Autoridades pediram que compradores jogassem fora pacotes da droga adquiridos recentemente e com aquelas características, mas ainda assim foram registrados pelo menos três casos de pessoas intoxicadas que voltaram a ser socorridas em hospitais porque consumiram novamente a droga, depois de terem recebido alta após um primeiro atendimento, segundo o ministro da Saúde de Buenos Aires, Nicolás Kreplak.