Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Cenário

Com histórico de instabilidade, PSOL quer brigar pela Prefeitura de Manaus

PSOL enfrentou brigas internas na última eleição, mas agora acredita ter nomes capazes de disputar contra David Almeida o cargo de prefeito de Manaus.

Com histórico de instabilidade, PSOL quer brigar pela Prefeitura de Manaus

(Foto:Reprodução / Redes Sociais)

Manaus (AM) – Há pouco menos de um ano para a disputa das eleições municipais de 2024 em Manaus, já existe a pressão para as lideranças dos partidos articularem possíveis nomes para disputar a vaga de David Almeida – que deve brigar pela reeleição. É o caso do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que deve lançar candidatura própria.

O Amazonas possui sua bancada eleitoral majoritariamente formada por membros da direita, porém, os partidos de esquerda não estão fora da disputa, mesmo aqueles que já passaram ou passam por instabilidade política no estado, como é o caso do PSOL.

Desde as eleições de 2018 para governador e a de 2020 para prefeito, a liderança da sigla mostrava instabilidade dentro do partido, o que fragilizou o movimento no estado.

A sigla não tem representatividade na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e nem na Câmara Municipal de Manaus (CMM).

O cenário se repete na Câmara dos Deputados, pois dos 8 parlamentares do Amazonas, nenhum é do PSOL. Lá, no entanto, o PSOL ainda tem fôlego, pois está entre os partidos que conseguiu atingir a cláusula de barreira ao conquistar 12 cadeiras na Casa.

No Amazonas, o PSOL é liderado, hoje, pela jovem Mena Bianca, que, ao Portal AM1, falou sobre os erros do partido.

“Nós tivemos grupos muito mal-intencionados que habitaram o PSOL, e que, quando saíram, causaram uma grande instabilidade e grande exposição do partido. [Eles] saíam ‘queimando’ o PSOL ou deixando grandes problemas burocráticos e instabilidade política”, declarou a presidente.

A líder partidária revelou que há articulações sobre possíveis nomes para o pleito eleitoral, e que a sigla não ficará de fora do cenário, já que ressalta a qualificação de seus membros, mesmo em um partido que está tentando reconquistar espaço no cenário político.

Como um dos nomes mais ativos do partido em participações sociais, a cogitada para representar o mais extremo da esquerda no Amazonas é a advogada Natália Demes.

De acordo com Bianca, Demes “é do movimento feminista, do movimento de mulheres que faz um trabalho importantíssimo no estado do Amazonas” e já foi pré-candidata ao governo do Amazonas nas eleições de 2022.

Natália, porém, não foi escolhida para compor a chapa das últimas eleições por conta de indícios de documentação irregular junto à Justiça Eleitoral, o que impossibilitou o partido de oficializar a candidatura dela. A sigla escolheu o médico Dr. Israel Tuyuka – candidato do PSOL para Governo do AM em 2022.

Mesmo com currículos bons, os candidatos devem encontrar dificuldade para ter votos, que talvez seja ocasionada pelo partido que escolheram.

“Temos uma contradição: quadros políticos muito bons, mas gestões anteriores que ocuparam PSOL, que causou um grande dano ao partido”, disse Mena.

Em um aspecto mais social, Val Santos, que já foi candidata a deputada federal em 2022, e representa o movimento social de base, também é um nome a ser discutido.

O candidato que foi vice de Tuyuka, Thomaz Barbosa, é um dos nomes que Mena também qualifica para o quadro de debates internos do partido para as eleições municipais.

“Então, temos todos esses nomes pautados em debate internamente no partido e que nós vamos amadurecer a partir das instâncias partidárias adequadas, como por exemplo o diretório municipal de Manaus”, ressaltou.

Movimento de esquerda

O Amazonas não possui representantes de esquerda forte no congresso nacional, e a força do ideal tem perdido a força da densidade política nas eleições.

O cientista político Carlos Santiago avalia o cenário dos partidos de forma que “não possuem força eleitoral no Amazonas, eles estão distantes dos problemas reais do estado”.

Além disso, traz um contexto para a realidade atual das siglas.

“Esses partidos já foram a segunda força política do estado na década de 80 até metade da década de 90, e agora são apenas siglas sem grandes atrativos, com dificuldade de montar uma chapa forte para disputar o próximo pleito e até indicar um nome com possibilidades para disputar o cargo de prefeitura”, concluiu.

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