Manaus (AM) – Um grupo de influencers pediu desculpas às polícias Civil e Militar após gravar um vídeo anunciando uma rifa em frente a uma delegacia, com o objetivo de usar o dinheiro para soltar Lucas Picolé e Mano Queixo, presos por um esquema envolvendo sorteios de rifas ilegais.
No vídeo, eles mostram uma motocicleta e falam que a rifa custa R$ 0,5. Após a repercussão das imagens, que deixou policiais revoltados, o sargento Salazar, da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), encontrou os influencers e fez eles gravarem outro vídeo, em frente ao 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), pedindo desculpas às instituições.
De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), registrado no 15º DIP, o quarteto está sendo investigado pelos crimes de associação criminosa e apologia ao crime.
Um grupo de influencers gravaram um vídeo debochando da polícia, anunciando uma rifa em frente a uma delegacia com o objetivo de usar o dinheiro para soltar Lucas Picolé e Mano Queixo, presos por um esquema envolvendo sorteios de rifas ilegais.
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Esquema de rifa ilegal
João Lucas da Silva Alves, de 24 anos, conhecido como “Lucas Picolé”; e Enzo Felipe da Silva Oliveira, de 24 anos, o “Mano queixo”, foram presos, no dia 29 de junho, por envolvimento em um esquema fraudulento de rifas clandestinas e diversos crimes. A ação ocorreu no bairro Novo Aleixo, zona Norte, e em uma loja no bairro Parque Dez de Novembro, zona Centro-Sul.
Na ocasião, os influenciadores foram presos em flagrante, com drogas sintéticas (LSD), munições e uma motocicleta adulterada.
Conforme o delegado Cícero Túlio, que comandou a operação, os policiais já vinham investigando o grupo há cerca de cinco meses. As investigações apontaram que os influenciadores atuavam promovendo a divulgação de sorteios clandestinos em um sistema de premiação sem registro, por meio das redes sociais, e escoando posteriormente os valores, a fim de dissimular e ocultar, dificultando a atuação de autoridades de fiscalização e controle por parte do Ministério da Economia.
Com medo, quarteto pede desculpas após debochar da polícia em Manaus pic.twitter.com/LIs8zbFRVf
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“O grupo escoava os valores obtidos na compra de veículos de luxo. ‘Lucas Picolé’ e Flávia Ketlen mantinham esses valores levantados e montaram uma empresa de fachada. Durante as buscas na loja do Lucas, foram apreendidos mais de uma tonelada de produtos falsificados, notas e cupons que atestam que a recebedora dos valores da prática da pirataria era Flávia Ketlen. Razão pelo qual ambos foram flagranteados pela receptação qualificada”, explicou a autoridade policial.
A PC-AM apurou que parte dos prêmios das rifas e sorteios já são comprados em nome dos ganhadores antes mesmo deles ocorrerem, levando a crer que, em alguns casos, o próprio ganhador tem participação no esquema criminoso.
“Eles anunciam rifas de veículos avaliados em mais de R$ 200 mil, cuja disputa se dá pela aquisição de bilhetes eletrônicos vendidos por centavos. Os valores arrecadados nos golpes são escoados na compra de veículos de luxo, aluguéis e aquisição de imóveis de alto padrão, além de serem reinvestidos em uma loja de marcas de grife que comercializa produtos falsificados”, relata Cícero Túlio.
Lucas e Picolé e Mano Queixo tiveram a prisão temporária convertida em preventiva.
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