Manaus (AM) – O MetSul Meteorologia adverte que o nível de calor esperado para os próximos dias, em muitas áreas do território brasileiro, atingirá patamar extremamente perigoso à saúde e à vida, com elevado risco para população vulnerável, como enfermos e idosos.
Segundo o instituto, apesar do Brasil não manter mais estatísticas sobre mortalidade relacionada à alta temperatura, o calor é um causador “silencioso” de mortes.
Para a nutricionista Deyse Gomes, que gerencia o setor de nutrição da Fundação Dr. Thomas, localizado no bairro Nossa Senhora das Graças, zona Centro-Sul da capital, é importante estar muito alerta aos idosos nesse período do ano, uma vez que eles apresentam grande resistência à ingestão de água – o que é compreensível – devido à diminuição da sensação de sede por conta da idade.
Deyse explica que a fundação tem feito monitoramento diário nos idosos e tem tomado cuidados redobrados nesses últimos dias. Segundo ela, com as temperaturas elevadas, o risco de desidratação é ainda maior e precisa ser tratado com a devida importância.
“A falta de água no organismo provoca a confusão mental, sintoma que já é comum nessa faixa etária e, também, queda da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos e dor no peito, é necessário adotar algumas medidas que podem ajudar idosos e familiares nessa tarefa.”
Ainda de acordo com a nutricionista, com a necessidade de maior hidratação nesses dias, a fundação tem buscado alternativas para ‘driblar’ a resistência dos idosos.
“A água é insubstituível, mas por conta da resistência dos idosos, nós temos usado algumas estratégias como frutas com maior quantidade de água, sucos naturais, chás, eles adoram chás, principalmente a noite, leite, sopas, picolés, dindins, iogurtes de boa qualidade e o bom e velho café com leite – que é algo que eles não abrem mão”, explica.
A nutricionista alerta aos familiares e cuidadores que observem atentamente os idosos e os incentivem a consumir alimentos ricos em hidratação.
“E mesmo com a resistência, não deixem de oferecer bastante água aos idosos, o que é essencial nesse período”, disse.
El Ñino
Segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Andrea Ramos, o clima de Manaus tem variado em torno de três, até quatro graus acima da climatologia esperada para o mês.
De acordo com a especialista, nos dias 12,16 e 17 de setembro, as temperaturas tiveram uma pequena queda por conta das chuvas que ocorreram nesses dias. Ela ressaltou, ainda, que o forte calor também acontece devido ao fenômeno El Ñino, que foi confirmado no último dia 8 de junho.
“O El Ñino tem dois sinais muito bem definidos aqui no Brasil, enquanto na faixa Norte e Nordeste ele seca, no Sul ele promove chuvas. Tanto é o que a gente está vendo aí é a quantidade de chuvas que tem acontecido, pincipalmente no Rio Grande do Sul, porque isso é um sinal desse fenômeno; ele aumenta a frequência e a intensidade dos eventos, e é justamente isso que ele está fazendo, aumentando a frequência e intensidade de calor no Amazonas”, comentou.
A meteorologista ressaltou que julho foi considerado o mês mais quente, batendo recordes mundiais como o mês mais quente da história em medições. Agosto seguiu a mesma tendência, tendo dias extremamente quentes e, agora, o mês de setembro também apresenta a mesma tendência com altas temperaturas e onda de calor.
Onda de calor
O verão amazônico é caracterizado pelas altas temperaturas e chuvas abaixo da média entre os períodos de julho a novembro na região, porém, nas últimas semanas, as temperaturas em Manaus têm batido recordes e o instituto de Meteorologia do Met Sul fez um alerta para uma nova onda de calor que deve atingir o Brasil nas próximas duas semanas.
Segundo o Met Sul, vários estados serão atingidos e o calor será extremo. No Amazonas, a temperatura deve subir e alcançar 45ºC, sem levar em consideração a sensação térmica, que pode chegar aos 50ºC. Ainda de acordo com o MetSul, esse é um episódio excepcional de calor em grande parte do país.
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