Manaus, 26 de abril de 2024
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Cidades

Com quatro meses de salários atrasados, professora protesta na porta da prefeitura: ‘a panela está vazia’

O secretário afirma que o caso é isolado, mas existem outros professores em situações similares

Com quatro meses de salários atrasados, professora protesta na porta da prefeitura: ‘a panela está vazia’

Foto Andressa Libório

MANAUS, AM – A professora Lívia Alencar, junto ao Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus, iniciou um ato público na frente da Prefeitura Municipal de Manaus, a fim de reivindicar o atraso de quatro meses no salário dos servidores e o abuso do regime de carga dobrada.

Em reportagem, a presidente do sindicato, Helma Sampaio, afirmou que os servidores da categoria têm medo de sofrer com retaliações vindas da gestão ineficiente do prefeito David Almeida.

“Eles temem retaliação, essa situação dos professores que trabalham em regime de carga dobrada [..] eles estão há três ou quatro meses sem receber seus salários!”, disse.

Questionada sobre o ato público, ela afirmou que a baixa adesão se dá pelo medo.

“O fato é que muitos temem fazer as denúncias públicas, eles querem participar, mas sofrem intimidações de perder o vínculo empregatício. Recebemos, todos os dias, ligações de professores pedindo ajuda ao sindicado!”.

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A servidora ainda afirma que o problema já é antigo. “Esse problema vem de outras gestões e continua na gestão do prefeito David Almeida; está só na promessa. Ele não está se dignando a dar o respeito que os professores merecem”, finalizou a presidente à reportagem.

A professora Lívia Alencar colocou cartazes na grade com os dizeres: “Nem louca, nem desocupada, apenas uma professora que exige ser respeitada!”.

Cartaz de protesto em frente à Semed

A professora disse que precisou vender bombons para ajudar na renda familiar. “Há muito tempo eu dobro carga, sou concursada desde 2005, e venho dobrando hora. É uma prática viciosa, todos os prefeitos continuam com a prática”. “Ontem, tive a resposta de que meu processo está ‘inconcluído”.

Foto dos bombons vendidos pela professora para complementar a renda

“Tenho que me humilhar, meu alunos e meus colegas sabem do que tô [sic] falando”, disse, em prantos, a professora Lívia. “A panela está vazia… senhor David Almeida, Pauderney Avelino, eu tô [sic] aqui pra [sic] me apresentar, meus alunos sabem que não estou recebendo. Muito prazer, meu nome é Lívia Alencar!” finalizou.

Procurado pela reportagem, o secretario afirmou que sabia da situação e que já havia mandado resolver.

“Não, isso não acontece, a carga dobrada quando nós estabelecemos elas são pagas. O que está havendo aí é que uma professora está fazendo um movimento porque ela recebeu uma carga dobrada em junho e iria receber a partir de julho, houve um problema na tramitação e já determinei que isso fosse resolvido”, disse Pauderney à equipe do Portal AM1.

O secretário afirmou que existe apenas um caso, todavia, a equipe encontrou outros professores em situação similar à da Lívia; espaço para o pronunciamento da pasta segue aberto.

Pauderney Avelino, secretário da Semed

Veja mais detalhes na reportagem de Gabriela Alves e Andressa Libório:

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