Pontos comerciais na região foram afetados após o confronto de traficantes com a polícia. Comerciantes não se sentem seguros para abrirem seus negócios. Foto: Márcio Silva / Amazonas1
A onda de criminalidade no bairro Crespo, zona Sul de Manaus, que tomou proporções ainda maiores após os acontecimentos da última semana, tem afetado diretamente o comércio na área. Empreendedores da Rua Magalhães Barata, que fica em frente ao beco JB – onde 17 foram mortos -, estão tomando precauções e alguns optaram por não abrirem seus pontos comerciais.
Com medo de represálias, um morador comentou a situação na área, mas pediu para não ser identificado. Ele vive no local há mais de 20 anos e possui um estabelecimento, que foi prejudicado pelo índice de violência no bairro.
“Eu tenho que organizar meus horários para abrir com os outros comércios, é uma forma de segurança. A gente vive com medo e acaba prejudicando o serviço por ter que fechar mais cedo”, declarou, ao afirmar que não há toque de recolher na área, mas que por precaução, encerra os trabalhos às 18h30.
Já a dona de outro estabelecimento, que também preferiu não se identificar, disse que pelo período da manhã e da tarde, o local é tranquilo. Entretanto, por volta das 18h30, inicia a movimentação na parte de trás, onde ficam as bocas de fumo e ela prefere fechar.
“Eu estou aqui há dois anos, é alugado, eu moro em outra rua próxima daqui. Durante o dia, tu não vê o movimento deles, pega mais a noite nos becos. Dá pra ouvir a movimentação”.
Ainda segundo a mulher, os criminosos chegaram a comentar sobre a incursão da polícia, na madrugada de terça, 29, para quarta, 30, que culminou nos 17 mortos.
“Foi um terror para eles, falaram que chegou o caminhão cheio dos “manos” – como eles chamam – da FDN, porque aqui é CV [e teve o confronto]. Disseram que os baleados caíram mortos dentro das casas dos moradores lá de baixo”.
Embora circule uma informação de que haveria mais corpos nos becos, que teriam sido ocultados pelos traficantes, os moradores deixaram claro que não estavam sabendo de nada e que se houvesse já estariam cientes “porque tudo o que acontece no beco se espalha rápido como fogo em pólvora”, comentou um dos residentes.
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