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Comitê de Apelação da Fifa confirma banimento de Marco Polo Del Nero

A decisão do Comitê de Apelação ocorre na data em que se completa quatro anos da prisão de vários dirigentes do futebol em um hotel de Zurique

Comitê de Apelação da Fifa confirma banimento de Marco Polo Del Nero

A Fifa anunciou nesta segunda-feira, em um comunicado oficial, que o seu Comitê de Apelação, em Zurique, na Suíça, negou um recurso impetrado por Marco Polo Del Nero e confirmou o banimento do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de qualquer atividade relacionada ao futebol, a nível nacional e internacional, por toda a sua vida.

No comunicado, a entidade explica que o Comitê de Apelação confirmou a decisão tomada no final de abril do ano passado pela câmara julgadora do Comitê de Ética independente pelo banimento de Del Nero e pagamento de multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 4 milhões). O dirigente brasileiro havia entrado com um recurso cinco meses depois.

Marco Polo Del Nero. (Divulgação)

Del Nero foi considerado culpado de infrações aos artigos 21 (suborno e corrupção), 20 (oferta e aceitação de presentes e outros benefícios), 19 (conflitos de interesse), 15 (lealdade) e 13 (regras gerais de conduta) do Código de Ética da Fifa.

A Fifa ainda esclarece que “a investigação contra Del Nero apurou esquemas em que ele recebeu propinas em troca de seu papel na concessão de contratos para empresas para a mídia e direitos de marketing para vários torneios de futebol, incluindo a Copa América, Copa Libertadores e a Copa do Brasil”. A entidade informou também que o ex-presidente da CBF já foi notificado da decisão.

A decisão do Comitê de Apelação ocorre na data em que se completa quatro anos da prisão de vários dirigentes do futebol em um hotel de Zurique, entre eles o também ex-presidente da CBF José Maria Marin, também banido do futebol e atualmente preso em Nova York, nos Estados Unidos.

A base do processo contra o Del Nero foi o dossiê colhido nos Estados Unidos, pelo FBI, contra o brasileiro. No total, nove mil páginas de documentos foram enviados para a Fifa. Durante o julgamento de José Maria Marin nos EUA em dezembro de 2017, Del Nero foi acusado de ter recebido US$ 6,5 milhões (R$ 27 milhões no câmbio atual) em propinas, em troca de contratos comerciais com a CBF. Mas os advogados do ex-cartola insistem que a entidade gestora do futebol mundial jamais produziu sua própria investigação.

Os únicos documentos obtidos de forma independente pelo Comitê de Ética da Fifa teriam sido cartas que haviam solicitado à CBF e à Conmebol. O órgão pediu informações como o salário do dirigente na entidade brasileira e na associação sul-americana, assim como o número de contas utilizadas.

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O Comitê de Ética da Fifa ainda usou o fato de o ex-presidente da CBF não sair do Brasil como um elemento para definir a sua punição permanente do futebol.

Em meados de 2018, ao Estado, Del Nero insistiu que é inocente das acusações de corrupção e que isso seria provado em “qualquer tribunal democrático”. “Sou inocente de qualquer acusação que possa existir e minha conduta ilibada ficará provada em qualquer tribunal democrático, político e que tenha como parâmetro a procura da verdade na busca da prova real, verdadeira e não de suposições e, repito, achismos”, disse na época.

 

(*) Com informações da Estadão Conteúdo