Manaus, 28 de abril de 2024
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Manaus, 28 de abril de 2024

Brasil

Covid: Brasil pode ter pico de casos da Ômicron em 15 dias, afirma infectologista

Nova variante já pode ser a responsável pela maior parte dos casos de covid-19 na Europa, e Brasil deve ter pico de casos em duas ou três semanas

Covid: Brasil pode ter pico de casos da Ômicron em 15 dias, afirma infectologista

Marcelo Otsuka

SÃO PAULO, SP – O Brasil pode chegar a um pico de casos da variante Ômicron da covid-19 nos próximos 15 dias. A afirmação é do infectologista Marcelo Otsuka, do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia, em entrevista à CNN Brasil na segunda-feira (3).

Segundo o médico, a explosão no número de casos deve acontecer como resultado das festas de final de ano, e pode alcançar um número semelhante ao registrado por países como França, Reino Unido ou Estados Unidos. “Calculamos que, pelos próximos 15 dias ou três semanas, a variante possa atingir um pico semelhante ao da França, Reino Unido ou Estados Unidos”, afirmou.

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Nos últimos dias do ano, a França registrou mais de 200 mil casos de covid-19 em apenas um dia. Já o Reino Unido chegou a mais de 180 mil, e nos Estados Unidos, mais de 300 mil. Em 28 de dezembro, o planeta registrou recorde de infecções desde o começo da pandemia, com 1,45 milhão de contaminados em apenas um dia. A estimativa é que a Ômicron seja a responsável pela maior parte dos casos na Europa.

Problemas

Marcelo Otsuka explica que a baixa testagem no Brasil é um problema, já que pode dificultar a identificação de casos da Ômicron, bem como de variantes antigas e até mesmo variantes novas e desconhecidas. A situação ainda fica mais grave por causa do aumento dos casos de gripe no país, o que dificulta a identificação de quadros como covid-19 e influenza.

“O Brasil ainda testa muito pouco. Temos uma taxa de positividade de 38%, e esses países têm uma taxa de 8%”, alerta. “Podemos perder muitos diagnósticos, pode haver novas variantes e pessoas mais suscetíveis a terem quadros mais graves”, confirma.

Otsuka salienta que não há informações suficientes para saber se a queda da mortalidade pelo coronavírus está relacionada à letalidade menor da ômicron, ou se é resultado apenas da vacinação. Segundo o infectologista, ainda não é o momento de reduzir as barreiras de proteção contra a doença, e que o combate à desinformação ainda é um problema para que o vírus seja controlado após o início do terceiro ano de pandemia.

“Qualquer situação no futuro depende do comportamento da nossa população e orientações passadas a ela, o que e como fazer. É incrível que se passaram dois anos e a gente ainda bata cabeça em relação a isso”, conclui.

(*) Com informações da CNN Brasil.

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