Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Criticada por ser contra a BR-319, Marina é homenageada por Lula na COP 28

Marina tem sido duramente criticada por permitir o isolamento do Amazonas do resto do país e ser contra a recuperação da BR-319.

Criticada por ser contra a BR-319, Marina é homenageada por Lula na COP 28

(Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Manaus (AM) – Criticada por políticos do Amazonas ser contrária à recuperação da BR-319, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, discursou no Evento sobre Florestas: Protegendo a Natureza para o Clima, Vidas e Subsistência, durante a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas – COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Marina discursou no lugar do presidente Lula, que quebrou o protocolo e chegou ao palco acompanhado da ministra. Ao recordar a ligação de Marina Silva com a floresta Amazônica, Lula se emocionou.

“Eu acho que esse encontro de hoje é sem precedente da história das COPs. Vinte e oito edições da COP para que pela primeira vez a floresta viesse falar por si só. E eu não poderia usar a palavra sobre a floresta se tenho no governo uma pessoa da floresta. A Marina nasceu na floresta, se alfabetizou aos 16 anos. E acho que é justo que para falar da floresta, em vez de falar o presidente que é de um estado que não é da floresta, a gente ouça ela, que é a responsável pelo sucesso da política de preservação ambiental que estamos fazendo no Brasil”, disse o presidente.

Em seguida, Marina disse que a política ambiental adotada pelo governo neste ano foi responsável pela redução do desmatamento da Amazônia.

“Já conseguimos, nos 10 primeiros meses, reduzir o desmatamento que estava numa tendência de alta assustadora. Reduzimos o desmatamento em 49,5%, evitando lançar na atmosfera 250 milhões de toneladas de CO2. Se não fossem essas medidas tomadas, teríamos um aumento do desmatamento de 54% e não uma queda de 49% nesses 10 meses”, disse.

Marina tem sido duramente criticada por permitir o isolamento do Amazonas do resto do país. Na mais recente declaração, a ministra questionou a viabilidade econômica da manutenção da via terrestre.

“É uma estrada difícil de provar a viabilidade econômica, a viabilidade social, não tenho dúvidas que as pessoas querem ter o direito de ir e vir, mas a viabilidade econômica e ambiental, a não ser que seja para converter as áreas de mais de 400 quilômetros de floresta virgem em outro tipo de atividade. Socialmente a gente a té entende, agora ambientalmente e economicamente, não se faz uma estrada de 400 quilômetros no meio de floresta virgem apenas para passear de carro, se não tiver ação associada a um projeto produtivo”, disse.

A fala da ministra foi criticada pelo deputado federal Fausto Júnior (União Brasil). Mais uma vez, a ministra Marina Silva demonstra publicamente seu posicionamento contrário à manutenção da BR-319, Desta vez, acrescenta um tom de deboche ao se referir ao nosso desejo de ‘passear de carro’,” disse Fausto.

O governador do Amazonas Wilson Lima (UB) também criticou a fala da ministra ao afirmar não ser justo o que se faz com o Estado do Amazonas.

“ Cobram tanto da gente, mas na hora de dar o retorno, a gente está aqui, mendigando, com pinhos na mão. É importante que o Brasil construa uma imagem, junto ao mundo, de quem está preocupado com o meio ambiente, de preservador, de quem vai combater o crime ambiental, mas, em nome desse discurso, que muitas vezes é equivocado, a nossa população não pode ficar de joelhos diante de uma situação como essa, que o Estado do Amazonas não vai aceitar esse tipo de declaração”, disse Lima.

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