MANAUS, AM – Considerado um dos tipos de pagamentos mais utilizados no Brasil, um boleto pode facilitar a vida de muitas pessoas. No entanto, se for falsificado, ele pode fazer vítimas e causar prejuízos de grandes proporções, principalmente, em compras on-line. Especialistas em crimes digitais e economistas fazem um alerta sobre golpes por meio de boletos falsificados.
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O economista Alison Rezende explica que a prática de crimes dessa natureza tem se tornado muito comum na pandemia. Afinal, os infratores são perspicazes e simulam todo o documento de pagamento. Eles encaminham os boletos por e-mail se passando pelos credores. A similaridade do documento e do e-mail enviado faz com que muitos acreditem estar pagando para a empresa verdadeira. Todavia, os consumidores demoram para descobrir o golpe.
O site Reclame Aqui registrou em 2019 mais de 4 mil reclamações por compras ou pagamentos que resultaram em boletos falsificados.
“A astúcia deles não têm limites. Os criminosos utilizam todas as formas para roubar o cidadão, usam contas de consumo, como de água, luz, internet e telefone. A nossa única vantagem é que todos os boletos e guias de pagamentos podem ser checadas no site de cada empresa do serviço”, diz o especialista.
Fraude dos Boletos Falsos
Luiza Silva não teve exatamente esse cuidado no último dia 16 março. A jornalista recebeu mensagens de uma pessoa identificada como Sofia Andrade, do sistema negociações dos clientes Claro Net. Nas mensagens, a estelionatária fazia todo o esquema de fraude onde simulava um protocolo de negociação.
“Todo o processo foi bem rápido. Como eu estava na correria do dia, não tive tempo para analisar com cuidado toda a negociação. Ou seja, eu só pensei em renegociar a dívida. Tudo foi simulado perfeitamente como uma negociação normal, mas eu paguei o boleto e a internet não voltou”.
Além da internet não ter voltado, quem também sumiu foi a negociadora. Após receber o pagamento, a Sofia deixou de responder e a bloqueou no WhatsApp. A jornalista entrou em contato com a Claro, mas a empresa não recebeu nenhum pagamento.
Nesse sentido, o especialista em crime digital, Aldo Evangelista, explica que a fraude tem crescido bastante nesse período. Os suspeitos usam principalmente o e-mail e WhatsApp para a fraude.
“Eu sempre oriento que a população verifique o site do boleto enviado ao WhatsApp. Mas a ideia é emitir o boleto de lá, hoje tudo pode ser falsificado, inclusive, as abordagens. Ao mesmo tempo, o mais importante é ter certeza de onde veio o boleto e se ele é realmente da compra”, declara.
Caí no golpe dos boletos e agora?
O especialista explica que existem várias frentes de defesa ao consumidor após ele cair num golpe. O primeiro passo, segundo ele, é procurar um advogado em crimes digitais. O segundo passo, é verificar se a vítima não teve seus dados vazados.
“Tem dois caminhos. Em primeiro lugar, a pessoa precisa fazer um boletim de ocorrência na delegacia de crimes cibernéticos ou pela internet. Depois disso, a pessoa também pode entrar com uma ação cível tentando reparar os danos. Outro caminho, caso a pessoa não queira processar o golpista, é redobrar o cuidado”, declara.
A Claro
O Portal AM1 entrou em contato com a Claro, acima de tudo, para questionar o caso da jornalista e a recorrência do ato em outros estados brasileiros. A empresa disse, por meio de nota, que tem apurado o caso da vítima e de outras possíveis vítimas.
“A Claro investe constantemente em políticas de segurança, adotando medidas rígidas para identificar fraudes e orienta para que os clientes fiquem atentos aos detalhes de segurança. Sobre o caso relatado pela reportagem, a Claro reforça que trabalha constantemente para identificar fraudes e irá apurar a denúncia”, diz a nota.
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