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Brasil

Cursos populares para concurso público podem despertar para política

Nos últimos meses, foram anunciadas concursos, o que faz com que as pessoas comecem a planejar os estudos.

Cursos populares para concurso público podem despertar para política

(Foto: EBC/Divulgação)

Brasília (DF) – Com a retomada da aposta do governo federal no funcionalismo público, houve melhora no ânimo dos concurseiros, termo cunhado para designar quem persegue o sonho de se tornar servidor público. Nos últimos meses, foram anunciadas diversas oportunidades, o que faz com que as pessoas que desejam a aprovação comecem a planejar os estudos ou reforcem a memorização dos conteúdos que precisam ter na ponta da língua.

Dar conta de conteúdo e ter controle sobre as emoções significam um caminho que parte dos concurseiros prefere encarar na companhia de outras pessoas que passam pela mesma etapa e compreendem as pressões que vivenciam.

Em alguns casos, quando se entende que se está em desvantagem quanto aos demais candidatos e não se tem condições de pagar um cursinho preparatório, o jeito é procurar um cursinho popular. E, embora o propósito seja absorver conteúdos, a experiência pode ir além e adentrar o campo da política.

Rotina de estudos

Em geral, os concurseiros adotam uma rotina de horas de estudo, virando até a madrugada lendo livros, apostilas, anotações e esquemas de memorização. Há quem abandone o emprego para se dedicar exclusivamente aos estudos.

Embora existam concursos que exijam mais, como o do Instituto Rio Branco, de ingresso na carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, decorar e assimilar conteúdo é um desafio. Para muitas pessoas, uma prova pode ser a única chance que tem em um bom tempo para progredir na vida e envolve, muitas vezes, até viagem ao local do teste, já que se mora em outra localidade, o que indica todo um planejamento, inclusive com gastos.

Aluna do Ivone Lara, a assistente social Raquel Fernandes mora no Itaim Paulista, na zona leste da capital paulista, e se formou em 2016. Atualmente, trabalha em sua área, em uma instituição que tem convênio com a prefeitura municipal. Ela entrou no cursinho há um ano e meio por indicação de um amigo.

Duas vezes por semana, ela vai às aulas no cursinho. Um dos dias é reservado para aulas de matemática e língua portuguesa e o outro para conhecimentos específicos de sua área de atuação. “Eventualmente, o cursinho também tem os ciclos formativos, que são aulas abertas para a população que queira participar. São temas também voltados à área de serviço social, que são também importantes para a gente debater enquanto coletivo, sociedade”, ressalta.

Devido à carga de trabalho de seu expediente, Raquel busca se organizar e conciliar a vida pessoal e profissional com os estudos para concurso. Por isso, tenta guardar, no mínimo, três horas semanais para colocar o conteúdo em dia, pelas manhãs ou nos fins de semana, quando também descansa do trabalho.

“Entrei no cursinho com o pensamento de que eu iria só estudar para concurso público. Hoje tenho uma outra visão do que ele é. Lá, além da formação continuada, a gente tem a troca de conhecimentos, tenta levar à população temas importantes, como o combate ao racismo, o combate à LGBTQIfobia. A gente busca ocupar espaços para levar o nome do nosso cursinho e o que a gente realiza lá”, afirma. “Toda a construção [do cursinho] é feita no coletivo”, finaliza.

(*)Com informações da Agência Brasil

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