Manaus, 7 de maio de 2024
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Brasil

Decreto inclui Correios no Programa Nacional de Desestatização

Além dos Correios, outras nove unidades de conservação, incluindo o Parque Nacional do Jaú (AM), foram incluídas no programa de desestatização do Governo

Decreto inclui Correios no Programa Nacional de Desestatização

Desestatização da empresa já era aventada pelo Governo Federal. Foto: Divulgação

BRASÍLIA, DF – O presidente Jair Bolsonaro incluiu os Correios no Programa Nacional de Desestatização (PND). O decreto foi publicado nesta quarta-feira (14) no Diário Oficial da União.

A inclusão da estatal no programa foi recomendada pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), em reunião no mês passado. Faltava, no entanto, a aprovação presidencial para o andamento dos processos. O presidente já aprovou a inclusão da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Eletrobras no PND, também como objetos de recomendação do CPPI.

Sobre os Correios, a equipe do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) concluiu os primeiros estudos que analisaram modelos de desestatização do mercado postal em outros países e recomendou a empresa para o PND, onde será iniciada a segunda fase dos estudos. O conselho optou pela venda total da empresa, em vez do fatiamento, que poderá ser a venda majoritária (em que o Estado continua como acionista minoritário) ou venda de 100% das ações.

A segunda fase dos estudos será implementada ao longo deste ano pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detalhando o modelo a ser adotado para a desestatização. O governo não apresentou cronograma, mas estão previstos debates com a sociedade, investidores e empregados. Também está prevista a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os aspectos da modelagem e os documentos jurídicos.

Leia mais: Eletrobras, Correios e EBC são incluídos em programa de desestatização

A venda dos Correios depende da aprovação do projeto de lei (PL) que quebra do monopólio estatal e regulamenta a abertura do mercado postal à iniciativa privada. O texto foi apresentado em fevereiro pelo governo federal ao Congresso Nacional.

Chamado de Marco Regulatório para o setor postal, o texto também define a obrigatoriedade do cumprimento de metas de universalização e qualidade dos serviços. O projeto também estabelece a Agência Nacional de Comunicações, em substituição à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para regular também os serviços postais.

A privatização dos Correios vem sendo discutida há anos no âmbito do governo federal e é motivo de protestos de funcionários da estatal.

De acordo com o governo, o desenvolvimento adequado dos serviços postais brasileiros demanda um patamar de investimentos que o setor público não consegue prover. “Além disso, a União deve concentrar os seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja fundamental para a consecução das prioridades nacionais”, explicou em nota.

Unidades de conservação

Também foi publicado nesta quarta o decreto presidencial que qualifica nove unidades de conservação no âmbito PPI e as inclui no PND. Nesse caso, a prestação dos serviços públicos de apoio à visitação será transferida para a iniciativa privada. Além disso, também será previsto o custeio das ações de apoio à conservação, à proteção e à gestão dos parques.

A Secretaria Especial do PPI destacou que se trata de projeto de concessão, isto é, os patrimônios continuam sendo da União. “O objetivo é aprimorar e diversificar os serviços ofertados nas unidades, garantindo o aproveitamento sustentável das potencialidades econômicas existentes, além de agregar maior eficiência na gestão e na conservação da biodiversidade, aliada à geração de emprego e renda para a população local”, informou, em comunicado.

As unidades de conservação são a Floresta Nacional de Brasília (DF) e os parques nacionais da Serra dos Órgãos (RJ), da Chapada dos Guimarães (MT), de Ubajara (CE), da Serra da Bocaina (divisa entre RJ e SP), da Serra da Capivara (PI), da Serra da Bodoquena (MS), do Jaú (AM) e de Anavilhanas (AM).

A qualificação no âmbito do PPI serve para confirmar o caráter estratégico dos empreendimentos para o governo federal. Assim, será dado tratamento prioritário aos projetos de concessão.

O processo contará, na sequência, com estudos de avaliação da viabilidade técnica, econômica, financeira e ambiental. Serão levadas em conta todas as especificidades e Planos de Manejo das unidades de conservação. Após a conclusão dos estudos, o projeto será submetido à consulta e audiência pública e passará também por avaliação prévia do TCU.

(*) Com informações da Agência Brasil.