Manaus (AM) – O delegado Mário Luiz Campos Monteiro Júnior, titular do 6º Distrito Integrado de Polícia (DIP), será chamado a prestar esclarecimentos sobre a decisão de não prender uma advogada flagrada com 10 quilos de drogas no carro. O caso aconteceu na noite de 22 de novembro, na zona Norte de Manaus.
Durante a abordagem, realizada pela Polícia Militar, o marido da advogada também estava no veículo, onde foram encontrados 10 tabletes de cocaína.
Monteiro Júnior, que estava de plantão no dia, optou por liberar a advogada, apesar do flagrante, conforme contestado pelo Ministério Público e diferentemente do informado inicialmente pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Em nota oficial, a PC-AM afirmou que abrirá um processo administrativo interno para investigar as circunstâncias da liberação e garantir que as medidas cabíveis serão tomadas.
Nota enviada ao Portal AM1 neste domingo (24) (Foto: Divulgação/PC-AM)
Conduta do delegado
O juiz Rivaldo Matos Norões Filho, ao homologar a prisão do marido da advogada e convertê-la em preventiva, determinou que o Ministério Público investigue a conduta do delegado.
O promotor plantonista José Felipe Fish destacou a falta de justificativas para a liberação da mulher, que estava na mesma cena do crime e, assim como o homem detido, poderia ser responsabilizada.
“Determino a remessa dos autos à Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial (Proceap) para apuração da conduta do delegado. Não foi apresentada ao juízo nenhuma justificativa para a liberação da investigada, que estava na cena do crime e deveria ter sido submetida ao mesmo procedimento do custodiado”, decidiu o magistrado.
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas (OAB-AM), também se pronunciou sobre o caso.
Segundo nota divulgada, a advogada foi ouvida apenas como testemunha e liberada posteriormente. A entidade reafirmou seu compromisso com a defesa das prerrogativas da advocacia e com a vigilância contra qualquer violação à liberdade no exercício da profissão.
(Foto: Reprodução/redes sociais)
O caso segue gerando repercussão e deve passar por apuração detalhada tanto na esfera administrativa quanto judicial, com foco nas razões que levaram à liberação da advogada em flagrante.