
Foto: reprodução redes sociais
Manaus (AM) – Afastado por dois anos do cenário político, o ex-deputado estadual e ex-secretário de Educação, Luiz Castro (PDT), reaparece como pré-candidato a vereador da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
A última vez que esteve em evidência foi quando atuou como titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) a convite do governador Wilson Lima (União Brasil), após ter fracassado nas urnas por duas eleições para uma vaga no Senado, em 2018 e 2022.
Castro foi exonerado da pasta após se tornar alvo do Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas (MPC-AM), que investigava o secretário da Seduc por supostas irregularidades no transporte escolar contratado pela pasta para utilização dos alunos nas zonas rurais de Manaus e nos demais municípios.
‘Voltei’
Nas redes sociais, o político anunciou, em vídeo, seu retorno ao cenário político. Ainda justificou os motivos de sua volta.
A justificativa de Luiz Castro foi a atuação dos parlamentares atuais, que ele fez questão de criticar. Ele disse que lutará por melhorias de infraestrutura e locomoção nas ruas de Manaus.
“Estou aqui, no Parque Dez, um triste exemplo de uma cidade que não cuida da locomoção dos seus pedestres e não respeita aqueles que precisam caminhar a pé. Calçadas altas, desiguais, sem acessibilidade para os cadeirantes, que fazem com que uma mulher gestante ou uma criança pequena e um idoso corra risco de vida se for caminhar por elas. Esta é a cidade que a gente quer? Não é! Os vereadores precisam fiscalizar!”, disse.
Na avaliação de Luiz Castro, a cidade de Curitiba, no Sul do País, é o melhor exemplo de organização e infraestrutura. “Curitiba é exemplo do Brasil. Lá, só se faz uma calçada em frente a casa, com autorização e parâmetro estabelecido pela prefeitura. E assim tem que agir um futuro vereador, fiscalizando e fazendo cumprir as leis”, disse ele em vídeo.
Trajetória política
Sua trajetória política começou na década de 80, quando foi prefeito do município de Envira (a 1.207 quilômetros de Manaus), de 1983 a 1988 e de 1993 a 1996, com dois mandatos consecutivos na administração municipal. Depois, Luiz Castro conquistou uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), no período de 1º de fevereiro de 1999 até 1º de fevereiro de 2019, por cinco mandatos consecutivos.
Senado
Luiz Castro ainda disputou, por duas vezes, uma das vagas do Senado pelo Amazonas. Em 2018, na época em que estava no partido REDE, ele ficou na terceira posição com 17,66% dos votos, totalizando 581.553 mil votos; mas a vaga ficou com Plínio Valério (PSDB), que venceu com 25,36% dos votos, totalizando 834.809 mil votos, seguido de Eduardo Braga (MDB), com mais de 18% dos votos num total de 607.286 mil votos.
A experiência política motivou Luiz Castro a tentar novamente, em 2022, quando voltou a disputar o Senado, desta vez numa queda vertiginosa nas urnas. Neste pleito, ele ficou na quarta posição com apenas 6,96% dos votos, com 131.116 mil. Muito atrás de Omar Aziz (PSD), que arrancou 41,14% dos votos, totalizando 766.878 mil e a única vaga do pleito.
Secretário de Educação
Luiz Castro foi escolhido por Wilson Lima (União Brasil) a fim de comandar a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), quando venceu as eleições para governador do Amazonas em 2018, no primeiro pleito. Castro ocupou a pasta por oito meses, mas pediu demissão. O motivo da saída teriam sido denúncias de corrupção em contratos de merenda e transporte escolar. À época, o ex-secretário atribuiu as denúncias à perseguição política.
TCE visitas
Em reunião realizada no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), no dia 28 de fevereiro de 2019 na sede do órgão, o secretário de Estado da Educação (Seduc), Luiz Castro, apresentou justificativas à conselheira Yara Lins dos Santos, presidente do TCE, e ao procurador de Contas Carlos Alberto de Almeida, sobre as dispensas de licitação para fornecimento de alimentação escolar.
Durante a conversa, o secretário esclareceu e justificou todos os pontos acerca dos procedimentos realizados, ao passo que houve, tomando por base a relevância do serviço de alimentação escolar, um entendimento por parte da conselheira Yara Lins dos Santos, no sentido de permitir a continuidade das dispensas, desde que a Seduc, no prazo máximo de 30 dias, iniciasse os necessários procedimentos licitatórios, que já estavam em andamento na pasta, para contratação dos serviços.
Justificativas
Em agosto de 2022, quando era candidato ao Senado, Luiz Castro, em entrevista para um portal de Manaus, disse que foi vítima de denúncias infundadas e boicotado na Seduc, cargo que ocupou por poucos meses em 2019.
“Eu fui vítima de uma insidiosa campanha de setores políticos fora e dentro do governo. Eu fui boicotado desde o momento que adentrei na secretaria de Educação”, justificou o ex-secretário estadual na época. “Eu, provavelmente, representava uma ameaça em relação às eleições de 2020, por causa daquela votação que espantou as pessoas e espantou muitos líderes e liderados políticos. Eu fui, portanto, alvejado constantemente com denúncias. E ali me vi extremamente acuado e injustiçado”, desabafou na ocasião.
‘Candidato fantasma’
Na avaliação do cientista político Carlos Santiago, “candidatos fantasmas” — que somem e só reaparecem no período eleitoral — nem sempre são os políticos que não ganharam a eleição. Desaparecem do espaço público ou do debate público. Assim como nem sempre quem ganha a eleição fica mais próximo da população.
“Em alguns casos, são políticos profissionais que, uma vez ganhando uma eleição, irão cuidar dos seus grupos políticos, sua família e seus interesses. Inclusive, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), existem parlamentares que nem sequer usam a tribuna no parlamento para reivindicações populares. Há outros, que somem mesmo, por conta até de decepções políticas, com o resultado das eleições, e lavam as mãos para o que está acontecendo na cidade de Manaus, no estado e no País. Mas tudo isso tem que ser avaliado pelo eleitor, principalmente, nessas eleições municipais. Saber quem sempre esteve no combate, nas reivindicações, e aqueles que só aparecem para pedir votos, independente de ganhar ou perder”, enfatizou.
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