Batidas pesadas de funk, ghetto, club e techno vão tomar conta da orla sul de Manaus, neste sábado, 30, quando a DJ paulista Rafaela de Andrade, a BADSISTA, se apresenta pela primeira vez na cidade trazendo uma turnê mundial que já passou por mais de dez países, incluindo Alemanha, França, Inglaterra, México, Espanha, Portugal, Holanda e Dinamarca. É a festa “Pankda”, que acontece a partir das 21h em um galpão na avenida Manaus Moderna, número 100, no Centro, de frente para o rio Negro.
A festa, em sua terceira edição e organizada por dois coletivos LGBTs de música eletrônica, a “Keloid” e a “Uhsulas”, traz à capital uma das mais requisitadas DJs do eixo Rio-SP na atualidade, prestigiada até pela islandesa Björk, que recentemente tocou uma faixa de BADSISTA no Festival Le Guess Who, na Holanda.
Formada em Produção Fonográfica, a musicista, produtora e diretora musical nascida em Itaquera, periferia de São Paulo, BADSISTA, ou “irmã má”, em inglês, tem no currículo parcerias de peso, como a norte-americana Kelela, a poderosa Elza Soares, a roqueira Pitty e ainda Jaloo, Linn da Quebrada, Mahmundi, Teto Preto e LYZZA.
Premiada como Melhor Produtora de Música de 2018 pela Women Music Awards, e indicada novamente esse ano, Rafaela de Andrade também é veterana de festivais, como o Red Bull Music Festival, em São Paulo, e o CTM Festival, em Berlim.
Com trabalhos que circulam desde o underground até a música indie, BADSISTA tem nos sons de periferia o ponto forte, do funk carioca ao ghetto e o club, com destaque para o EP de estreia “BAD$ISTA” (2016), pela Funk na Caixa de SP, e o recente “Não Encosta na Minha Brisa” (2019), um remix não oficial de Ludmilla. A colaboração com Jaloo, em “Say Goodbye” (2018), e a assinatura da direção e produção musical de “Pajubá”, primeiro disco da cantora Linn da Quebrada (2017), mostram a versatilidade da “bad”.
Coletivos de música
Em 2017, ao lançar o “Bandida”, um coletivo de música só de mulheres da periferia de São Paulo, BADSISTA quis dar vazão ao protagonismo feminino na cena. “Eu sempre via as minas passando o maior perrengue, os caras enrolando horrores para pagar 100 reais (cachê), saca. Aí eu falei ‘vamos fazer um bagulho só de mina e é isso’”, disse, em entrevista para a revista Trip, em maio desse ano.
Um movimento que também vem acontecendo em Manaus. Só no último ano, os coletivos LGBTs de música, incluindo não só “Keloid” e “Uhsulas”, mas “Colmeia”, “Inpherno”, “Coytada”, “Antro” e “Tupiniqueen”, produziram mais de dez festas pela cidade, tanto de eletrônica como de queer e black music, e em espaços usados também para exposição de trabalhos desses e de outros artistas, de performances a fotografia, vídeo, pintura e desenho.
“A gente se junta para se divertir e se expressar de forma livre, com visuais nossos, utilizando roupa, maquiagem, performance, num ambiente seguro, nosso, e também como forma para contribuir com a cena e prestigiar o trabalho artístico um dos outros”, explica Walter Juur, do coletivo Inpherno e um dos colaboradores na organização da festa “Pankda”.
Line-up e ingressos
Além da paulista BADSISTA, o line-up “Pankda” contará os DJs locais GUILLERRRMO, Missa Negra, Chantall e T-Vyrus, que prometem mais de oito horas de música até o amanhecer. O local é bem de frente para o Rio Negro, no galpão do Restaurante da Terra, na avenida Manaus Moderna, 100, Centro, próximo ao Teatro Usina Chaminé e à Praça Jefferson Peres. Os ingressos antecipados estão no segundo lote a R$ 30 pela internet ou diretamente no Instagram dos coletivos @keloideam e @uhsulas, ou na porta a R$ 40.
(*) Com informações da assessoria
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