Manaus (AM) – Durante 70 dias, a jornalista Sônia Bridi permaneceu na floresta Amazônica para revelar os últimos momentos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, barbaramente assassinados na Terra Indígena (TI) Vale do Javari, que concentra a maior quantidade de indígenas isolados. Os assassinatos escancararam para o mundo a violência na Amazônia.
Segundo o Centro de Trabalho Indigenista (CIT), há anos, a presença de pescadores, caçadores e madeireiras ilegais e traficantes é denunciada sem que nada tenha sido feito. E em todo o limite sul e na parte oriental da terra indígena, locais de mais difícil acesso, o desafio de garantir a presença e, portanto, as ações de proteção, é ainda maior.
Essas ameaças levaram os povos criarem grupos de proteção, mas, ainda assim, é complicado combater tráfico e outros invasores sem os instrumentos necessários, daí a presença de Bruno, que se licenciou da Fundação Nacional do Índio (Funai) para ajudar na proteção dos indígenas e Dom, que estava escrevendo um livro sobre indígenas isolados.
Ao O Globo, a jornalista Sônia Bridi disse que foram encontrados, no meio da terra, os cadernos de anotação do jornalista. “Tenho certeza de que o Dom tinha ciência da tensão na região. Eu lembrava o tempo todo de que estava circulando num lugar perigoso”, disse.
No documentário “Vale dos isolados: o assassinato de Bruno e Dom”, na Globoplay, mostra as últimas fotos de Dom e Bruno no celular encontrado na mata. Entre os registros, há uma foto de Amarildo da Costa de Oliveira, um dia antes dos homicídios.
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