Manaus (AM) – “Eleger políticos LGBTQIA+ para debater políticas públicas para a comunidade” é uma das pautas considerada urgente nos âmbitos municipal, estadual e federal, avalia o ativista e professor Gabriel Mota.
Segundo Gabriel, os políticos locais vão em contramão e criam projetos para atacar a comunidade LGBTQIA+, que representa 60 mil (2,3%) entre homossexuais e bissexuais, segundo o Segundo Pesquisa Nacional de Saúde 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Brasil, 2,9 milhões de indivíduos se identificam como Lésbicas, Gays ou Bissexuais (LGB), ou seja, 1,8%1 das pessoas com 18 anos ou mais de idade.
Apesar de alguns avanços, a população Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Intersexo, Asexual (LGBTQIA+) ainda sofre com a falta de políticas públicas de enfrentamento ao preconceito e à discriminação.
Falta de apoio na política
Em meio à falta de apoio no meio político, a população LGBTQIA+ sofre com violência, falta de assistência médica e políticas públicas que contribuam para a inserção no mercado de trabalho. Para o ativista, faltam representantes nas casas legislativas por falta de reconhecimento da própria população.
“Eu penso que o que acontece com a comunidade LGBTQIA+ é o que acontece com a população geral em Manaus. Tem muita gente fazendo trabalho de base, trabalho bacana, focado na comunidade, mas essas pessoas não têm o devido reconhecimento”, enfatizou.
Segundo Gabriel, quando aparece alguém que estoura nas redes sociais com alguma pauta polêmica, quase sempre não é uma pessoa LGBTQIA+, mas diz que apoia a comunidade. Porém, “na hora que precisamos dessas pessoas, elas não apoiam e nem lutam, porque não querem polêmica com as nossas pautas”, disse Gabriel.
Outro ponto levantado pelo ativista é o conservadorismo, que ficou evidenciado com o surgimento de candidatos ditos conservadores eleitos nos pleitos recentes, com influência nas redes sociais.
“Manaus ainda é uma cidade conservadora. Estamos, aos poucos, mudando isso através dos movimentos coletivos e sociais, mas ainda há uma rejeição enorme com candidatos LGBTQIA+”, concluiu Gabriel.
Combate à homofobia
O Dia Internacional de Combate à Homofobia surgiu há 33 anos, no dia 17 de maio, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID), representando um avanço na compreensão da homossexualidade como algo que não precisa de cura.
O Relatório de Mortes Violentas de LGBT+, no Brasil, publicado em 2021 pelo Grupo Gay da Bahia, aponta Manaus como a terceira capital brasileira mais insegura para as pessoas LGBT, ao lado de Rio de Janeiro e Curitiba.
LEIA MAIS:
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.