A um dia do término do decreto estadual que proíbe a abertura de serviços não essenciais no Amazonas, o comércio do Centro de Manaus já apresenta uma sutil movimentação.
O Decreto estadual N° 42.206 vai até esta quinta-feira, 30, e poderá ser prorrogado pelo governador Wilson Lima, que prometeu anunciar a decisão ainda nesta quinta.
Enquanto a maioria das grandes e médias lojas estão fechadas, pequenos comerciantes, como camelôs, retornam aos poucos.
Segundo eles, essa é a única forma para garantir renda à família.
“A venda caiu demais, a gente tá vendendo só pra sobreviver. Ainda não pude tirar o meu benefício porque está em análise. Tô aqui pra ver se eu consigo pelo menos o do alimento. Se a gente não vir trabalhar, a gente vai morrer de fome”, disse Idel Brando, que trabalha como camelô há mais de 30 anos e afirma que o comércio nunca passou por uma situação tão difícil como a atual.
Mesmo correndo o risco de serem multados por estarem descumprindo o decreto, alguns comerciantes persistem em abrir as lojas e mantêm a expectativa de melhora, como disse o autônomo Altair de Sousa:
“Isso (a pandemia) afetou muito, porque é daqui que a gente leva o sustento pra casa, para pagar as dívidas, a gente espera que melhore, porque esse benefício do governo não cobre os nossos custos de vida”.
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Com mais de 4 mil casos confirmados de coronavírus em todo o Amazonas, os comerciantes que resistem ao decreto afirmam que temem o vírus e estão se protegendo como podem, mas precisam trabalhar.
Para o presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio), Aderson Frota, o governo está tomando uma série de medidas justas, mas que ninguém previa e por isso todo o comércio está apreensivo.
“Alguns empresários estão em um desespero muito grande. Em função de algumas atividades não terem sido autorizadas, uma grande parte das empresas comerciais estão sem funcionamento, isso significa dizer que as empresas vão ter perdas, pelos custos que tem que ser cobertos mensalmente, pela folha de pagamento dos seus colaboradores e pelo pagamento aos fornecedores”, disse.
Ele acredita que o comércio teve uma queda de mais de 70% e destaca que diante dos problemas enfrentados pelo setor é preciso ter serenidade.
“Temos mais um desafio a nossa frente, que precisamos de tranquilidade para tomar as decisões mais acertadas e atravessar esse período muito difícil na vida econômica e social do estado do Amazonas”, finalizou.
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