Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Economia

‘A gente tá vendendo só para sobreviver’, dizem comerciantes

Enquanto a maioria das grandes lojas no Centro de Manaus estão fechadas, pequenos comerciantes não veem outra alternativa e retornam antes do fim do decreto

‘A gente tá vendendo só para sobreviver’, dizem comerciantes

Centro de Manaus (Foto: Márcio/ Silva Amazonas1)

A um dia do término do decreto estadual que proíbe a abertura de serviços não essenciais no Amazonas, o comércio do Centro de Manaus já apresenta uma sutil movimentação.

O Decreto estadual N° 42.206 vai até esta quinta-feira, 30, e poderá ser prorrogado pelo governador Wilson Lima, que prometeu anunciar a decisão ainda nesta quinta.

Enquanto a maioria das grandes e médias lojas estão fechadas, pequenos comerciantes, como camelôs, retornam aos poucos.

Segundo eles, essa é a única forma para garantir renda à família.

“A venda caiu demais, a gente tá vendendo só pra sobreviver. Ainda não pude tirar o meu benefício porque está em análise. Tô aqui pra ver se eu consigo pelo menos o do alimento. Se a gente não vir trabalhar, a gente vai morrer de fome”, disse Idel Brando, que trabalha como camelô há mais de 30 anos e afirma que o comércio nunca passou por uma situação tão difícil como a atual.

Comerciantes afirmam não ter outra alternativa (Foto: Márcio/ Silva Amazonas1)

Mesmo correndo o risco de serem multados por estarem descumprindo o decreto, alguns comerciantes persistem em abrir as lojas e mantêm a expectativa de melhora, como disse o autônomo Altair de Sousa:

“Isso (a pandemia) afetou muito, porque é daqui que a gente leva o sustento pra casa, para pagar as dívidas, a gente espera que melhore, porque esse benefício do governo não cobre os nossos custos de vida”.

Saiba mais em:

‘Não há lockdown’: Governo desmente fechamento de todos os serviços essenciais

 

Com mais de 4 mil casos confirmados de coronavírus em todo o Amazonas, os comerciantes que resistem ao decreto afirmam que temem o vírus e estão se protegendo como podem, mas precisam trabalhar.

Para o presidente da Federação do Comércio do Amazonas (Fecomércio), Aderson Frota, o governo está tomando uma série de medidas justas, mas que ninguém previa e por isso todo o comércio está apreensivo.

“Alguns empresários estão em um desespero muito grande. Em função de algumas atividades não terem sido autorizadas, uma grande parte das empresas comerciais estão sem funcionamento, isso significa dizer que as empresas vão ter perdas, pelos custos que tem que ser cobertos mensalmente, pela folha de pagamento dos seus colaboradores e pelo pagamento aos fornecedores”, disse.

Ele acredita que o comércio teve uma queda de mais de 70% e destaca que diante dos problemas enfrentados pelo setor é preciso ter serenidade.

“Temos mais um desafio a nossa frente, que precisamos de tranquilidade para tomar as decisões mais acertadas e atravessar esse período muito difícil na vida econômica e social do estado do Amazonas”, finalizou.