A greve geral por tempo indeterminado dos trabalhadores dos Correios iniciou à meia-noite desta quarta-feira, 11, e tem como principal motivo a retirada e a redução de benefícios da categoria e a falta de negociação por parte da direção com os colaboradores. Outros 36 sindicatos do país e as duas Federações também pararam suas atividades em greve nacional.
Segundo o Sindicato dos Correios e Telégrafos do Amazonas (Sintec-AM), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) encaminhou uma proposta para prorrogar por mais 30 dias as negociações, mas a empresa Correios não aceitou, motivando os trabalhadores à paralisação das atividades. Eles lutam também para barrar a privatização dos Correios, como foi anunciado pelo Governo Federal no pacote de privatizações.
“Nós não podemos aceitar uma negociação da empresa que só está retirando os benefícios e direitos dos trabalhadores, por isso entramos de greve”, disse a vice-presidente do Sintec-AM, Jane Neves.
As principais perdas da categoria foram: fim do vale peru de Natal, do vale cultura, dos 70% das férias, do vale refeição e do ticket alimentação nas férias e no afastamento, aumento na mensalidade e na coparticipação do plano de saúde, redução do adicional noturno e o fim do reajuste dos 0,80% na proposta econômica.
“Hoje os Correios já entraram com o pedido de dissídio coletivo de greve, o que é uma grande incoerência por parte da empresa, que virou as costas para os trabalhadores, e hoje ela corre para o TST pedir o dissídio por greve, fez um descaso, não nos deu outra alternativa, e nos motivou a isso”, concluiu Jane.
Em nota
O Correios informou em nota nesta terça-feira, 10, que greve geral não afeta os serviços de atendimento da estatal, alegando que empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população.
“Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas”, informou a nota.
Segundo levantamento parcial realizado na manhã desta quarta-feira, 11, os Correios mostram que 82% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente e que os clientes devem aguardar a entrega de correspondência e encomendas em suas residências.
Negociação
Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nas quais foram apresentadas a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.
Vale ressaltar que, neste momento, um movimento dessa natureza agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal. Por essa razão, os Correios contam com a compreensão e a responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira.
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