Manaus, 24 de abril de 2024
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Eleições 2020

Investigado por contrato bilionário, aliado de David Almeida tenta vaga na CMM

O coronel Nilson Cardoso é um dos candidatos do PTC que faz parte da coligação "Avante Manaus", encabeçada por David Almeida (Avante)

Investigado por contrato bilionário, aliado de David Almeida tenta vaga na CMM

Um dos alvos na Operação Bilhete Premiado, do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), no ano passado, o ex-diretor da Superintendência do Estado de Habitação (Suhab), o coronel da Polícia Militar (PM), Nilson Cardoso, tenta uma vaga na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nas eleições deste ano.

Cardoso é um dos candidatos do PTC que faz parte da coligação “Avante Manaus”, encabeçada por David Almeida (Avante). O militar, inclusive, foi diretor da Suhab no governo interino de Almeida, em 2017, período em que o MP  investiga um contrato bilionário na pasta.

Além dele, outras duas pessoas – José Júlio César Corrêa e Leandro Carlos Xavier – também foram alvos da operação com mandado de busca e apreensão, suspeitos de crimes de tráfico de influência, fraude e dispensa indevida de licitações, envolvendo a contratação da empresa Ezo no valor de R$ 5 bilhões.

Durante a execução da medida, as equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da Polícia Civil apreenderam documentos, computadores portáteis, smartphones e tablets que já estão sendo periciados, bem como estão sendo ouvidas na sede do Ministério Público pessoas que possam ter envolvimento com os crimes investigados na operação.

‘Acordo do bilhão’

Segundo as investigações, os referidos agentes públicos intervieram para a contratação ilícita da empresa sem respeitar as regras procedimentais adotadas pelo Estado (dispensa indevida de licitações) e os trâmites burocráticos do contrato.

Tal contrato previa a prestação de serviços de recuperação de valores junto à carteira do FCVS (Fundo de Compensação de Variações Salariais) indicando patente nulidade da contratação, entretanto, a Caixa Econômica manifestou que não há qualquer direito a crédito no referido caso para a Suhab e o Estado do Amazonas e, ainda assim, mesmo sem qualquer resultado eficaz, a empresa se considera credora do Estado e da Suhab no valor de aproximadamente R$ 5 bilhões, devido ao contrato fraudulento.

Além disso, há indícios de que havia influência de forma indevida às decisões da Suhab em favor da referida pessoa jurídica. Posteriormente, já fora do cargo, passou a advogar para a empresa Ezo Soluções Interativa, com a promessa de que receberia o valor de R$ 200 milhões a título de “prêmio” por conseguir tal contratação e pagamento, em prejuízo do erário.

Segundo informações do Ministério Público, David Almeida não é citado no processo.

A reportagem do Portal AM1 tentou contato com a assessoria de Almeida, para questionar o arco de aliança política com um envolvido na investigação do MP, mas não teve retorno até a publicação desta matéria.