Manaus, 26 de abril de 2024
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Eleições 2020

Beneficiários do auxílio emergencial doaram mais de R$ 54 mi a candidatos

Relatório do TSE afirma que doações e gastos de campanhas com suspeitas de irregularidades nas eleições deste ano chegam a R$ 589 milhões

Beneficiários do auxílio emergencial doaram mais de R$ 54 mi a candidatos

Foto: Lalo de Almeida - Folhapress

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou cerca de 64 mil beneficiários do auxílio emergencial que fizeram doações de campanha no primeiro turno das eleições municipais deste ano.

O relatório do Núcleo de Inteligência da Justiça Eleitoral foi obtido pela TV Globo. O documento mostra que, no total, os repasses feitos por esses doadores somam mais de R$ 54,5 milhões.

De acordo com a área técnica do TSE, o pagamento do auxílio emergencial teve impacto significativo no montante total de doações e pagamentos com suspeitas de irregularidades. Até o momento, cerca de R$ 589 milhões são investigados pelo tribunal.

O documento apontou ainda 31.725 fornecedores de campanha, entre beneficiários do Bolsa Família ou do auxílio emergencial. Empresas com esse propósito receberam, juntas, R$ 386 milhões.

Além disso, também foram identificadas:

  • 7.985 empresas criadas recentemente e com sócio filiado a partido político que receberam um total de R$ 68,7 milhões;
  • 12.437 doadores sem emprego formal que repassaram um total de R$ 44,2 milhões;
  • 2.751 doadores com renda incompatível com doações que somam R$ 23,7 milhões;
  • 5.603 prestadores de serviço que têm parentesco com candidatos e que receberam um total de R$ 7,3 milhões;
  • 1.949 fornecedores sem registro na junta comercial ou na Receita que receberam R$ 3,3 milhões;
  • 24 doadores aparecem no Sistema de Controle de Óbitos e como responsáveis por doações de R$ 36 mil.

A partir do relatório da Justiça Eleitoral, juízes poderão determinar novas investigações, além de usar o material para julgar as contas eleitorais.

O Ministério Público Eleitoral também vai apurar os casos. Se um candidato tiver qualquer irregularidade confirmada, poderá ter seu mandato questionado na Justiça.

 

(*) Com informações do Metrópoles