Manaus, 19 de maio de 2024
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Manaus, 19 de maio de 2024

Política

‘Em 2024 soldado seguirá preocupado com ‘coisas de soldado'”, diz comandante do exército

Em mensagem de fim de ano a tropa, mensagem do comandante é clara a críticas de partidarismo e bolsonarismo ideológico que cresceu recentemente entre militarismo

‘Em 2024 soldado seguirá preocupado com ‘coisas de soldado'”, diz comandante do exército

Em janeiro, Lula indicou o general Tomás Paiva para o comando do Exército. Foto; Ricardo Stuckert/ PR

PAÍS – O comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, divulgou na sexta-feira (15) a tradicional mensagem de fim de ano às tropas, afirmando que “cada soldado, preocupado com as coisas de soldado vai continuar desempenhando seu dever para que a Força siga cumprindo “a missão constitucional de defender a pátria.” Veja o vídeo ao fim da matéria. Indicado por Lula após o episódio conhecido como ‘ataque aos três poderes’ no dia 8 de janeirdo de 2023, o general Tomás Paiva chamou atenção por essa fala que recebeu de Lula a missão de afastar a política dos quartéis.

No vídeo, que possui pouco mais de sete minutos, o general elenca ainda as ações da Força ao longo do ano e diz que sua missão diária tem sido manter o “Exército motivado e apto a cumprir missões”. Ele afirma ainda que o Exército seguirá “firme e coeso”.

“Manter o Exército motivado e apto a cumprir missões tem sido minha tarefa diária. Por tudo isso, posso afirmar que 2024 o Exército Brasileiro permanecerá firme e coeso. Cada soldado, preocupado com as coisas de soldados, vai continuar desempenhando o seu dever para que possamos cumprir nossa missão constitucional de defender a pátria”, disse o comandante.

 

Resumo da ascensão do comandante

Identificado por membros do Palácio do Planalto como alguém mais alinhado ao governo petista, Ribeiro Paiva recebeu a responsabilidade de acalmar os quartéis e fomentar a “despolitização” das Forças Armadas. Desde esse momento, o recém-nomeado líder implementou uma série de alterações com o objetivo de atender às solicitações do governo de Lula.

Tomás Paiva ascendeu ao topo da carreira em substituição ao general Júlio César Arruda, demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Arruda, que havia sido nomeado comandante no dia 30 de dezembro, foi dispensado ao ter se tornado alvo das desconfianças do Palácio do Planalto após os ataques do 8 de janeiro. Contribuiu depois um vazamento de um vídeo onde o general aparece no Palácio do Planalto horas depois de o mesmo sofrer degradação dos bolsonaristas que pediam um golpe militar.

Dias antes de chegar ao comando do Exército, o general fez um discurso em defesa da democracia à tropa em São Paulo.

“Nós vamos continuar íntegros, respeitosos, coesos e garantindo a nossa democracia. Porque democracia pressupõe liberdade, garantias individuais, políticas públicas e também é o regime do povo, alternância de poder. Alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna”, afirmou o general a época.

Outro motivo que contribuiu para a demissão foi a resistência de Arruda em revogar a nomeação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, para liderar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, uma unidade de Operações Especiais em Goiânia.

Três dias após assumir o comando do Exército, Tomás Paiva bloqueou a posse de Cid, inicialmente programada para fevereiro. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro acabou sendo detido em maio, sob acusações de falsificação de cartões de vacina contra a Covid.

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