Manaus, 26 de abril de 2024
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Economia

Em patamar ainda baixo, comércio no AM espera recuperação a partir de abril

Segundo a Fecomércio, com a flexibilização das atividades e o período de páscoa que se aproxima, o comércio deve começar a se recuperar

Em patamar ainda baixo, comércio no AM espera recuperação a partir de abril

(Foto: Aguilar Abecassis/Futura Press/Folhapress)

Em estudo divulgado na última quinta-feira (4), o Banco Central revelou que a atividade econômica no Amazonas, desde a segunda semana de fevereiro, vem apresentando sinais de acomodação em patamar ainda baixo. O estudo também mostrou que a contração econômica ocorrida em janeiro deste ano tem magnitude similar à observada no pico da pandemia de covid-19, em abril de 2020.

Apesar do cenário ainda negativo, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, afirma que com a flexibilização das atividades do comércio anunciada no último dia 22 de fevereiro, e o período de páscoa que se aproxima, o comércio deve começar a se recuperar. “Nós acreditamos que a partir de abril a gente possa já respirar um clima de normalidade”, disse.

Mesmo com a expectativa positiva, Aderson afirma também que a conjuntura econômica do Amazonas, neste ano, gerou muito mais desafios que em 2020. Ele conta que, na primeira onda da pandemia, o governo federal imediatamente editou uma série de medidas de alívio para a economia, como a postergação do prazo dos impostos federais, a flexibilização das leis trabalhistas e a criação de linhas de financiamento para as empresas. Neste ano, contudo, o ‘socorro’ para as empresas não chegou ou não foi suficiente para compensar as perdas.

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“Nós não temos hoje o auxílio emergencial, nós não temos as definições de novas linhas de crédito. Nós não tivemos, até hoje, por parte do governo [federal], a dilatação dos prazos de recolhimento dos tributos federais, apenas o governo estadual, que se antecipou e deu um pequeno alívio no pagamento do ICMS para o comércio, mas a situação é completamente diferente do que aconteceu no ano passado”, explicou.

Só na quinta, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) apresentou as linhas de crédito “Afeam Mais” e “Afeam Mix” a empresários ligados à Fecomércio-AM. Nessas duas linhas, as empresas podem ter acesso a mais de R$ 100 mil em crédito.

Auxílio Emergencial

De acordo com o BC, apenas a categoria de Vestuário e calçados apresentou uma contração de 82%, já com restaurantes e similares, o resultado foi de 54%. Comparativamente, a Região Norte (excluindo o Amazonas) registrou expansão em praticamente todos os segmentos no mesmo período, sugerindo que a piora no estado não decorreu exclusivamente do fim do auxílio emergencial.

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Nesse ponto, a economista Denise Kassama concorda: “Essa contração pode ser justificada principalmente pelas medidas restritivas. É evidente que o auxílio emergencial minimiza a situação, mas não podemos deixar de observar que a paralisação das atividades tem como impacto imediato o desemprego, o que de fato ocorreu. Com o aumento do desemprego, reduz a renda das famílias e, consequentemente, o consumo, desacelerando a economia como um todo”, disse.

A economista alerta que mesmo com as medidas de afrouxamento por parte do governo estadual, o crescimento ainda será pequeno e defende que a economia deve retornar à sua normalidade somente após a vacinação de toda a população, pois assim, as atividades econômicas poderão voltar a operar em plena capacidade.

Resultados do estudo

O estudo do BC revela que as transações de bens e serviços efetuadas com cartão de débito registraram recuo de 13% na média móvel de sete dias até 10 de fevereiro em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Câmara Interbancária de Pagamentos – Sistema de Liquidação de Cartões (CIP/SLC).

Os impactos da intensificação da epidemia e das medidas de restrição à circulação também podem ser observados pelos dados disponibilizados nas plataformas tecnológicas Google Mobility e Inloco. De acordo com o Google Mobility Report, a média móvel de sete dias até 12 de fevereiro apresentou retração de 47% na tendência de mobilidade na categoria Lazer e varejo, que engloba lugares como restaurantes, shoppings, cinemas, entre outros, produzindo forte impacto nos setores da economia ligados ao consumo das famílias.

Do mesmo modo, o índice de isolamento social no Amazonas produzido pelo Inloco alcançou 50% na média móvel de sete dias até 12 de fevereiro, 7 pontos percentuais maior do que o registrado na Região Norte (exceto AM) no mesmo período. No final de janeiro de 2021, o índice ficou acima do que foi registrado no pico da pandemia em abril e maio de 2020.

 

(*) Com informações da Agência Brasil