Manaus, 12 de maio de 2024
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Cidades

Especialista diz que o cenário de queimadas deste ano pode ser maior que em 2015

O cenário deste ano pode ser pior do que o registrado em 2015. O El Niño está agravando ainda mais a situação.

Especialista diz que o cenário de queimadas deste ano pode ser maior que em 2015

Queimada (Foto: Mauro Neto/ Secom)


Manaus (AM) – Com a chegada do verão amazônico, um aumento alarmante nas queimadas está sendo enfrentado pelo estado. A situação, considerada preocupante, tem causas variadas, desde práticas agrícolas até a queima de lixo próximo a vegetações.

O verão amazônico caracteriza-se por temperaturas mais elevadas e um índice de umidade reduzido, criando condições propícias para a rápida propagação do fogo.

O ambientalista Carlos Durigan destaca um ponto crucial. Segundo ele, o fenômeno El Niño está agravando ainda mais a situação. Essa perspectiva é preocupante, pois pode tornar o cenário deste ano pior do que o registrado em 2015. Os números de focos de incêndio estão significativamente acima da média.

Conscientização x falta de alternativas

O Portal AM1 questionou o especialista sobre as razões desse aumento de queimadas no estado, indagando se o problema ocorre devido à falta de conscientização ou à falta de opções para que agricultores e pecuaristas realizem suas atividades sem causar danos ao meio ambiente.

“Eu acho que há uma junção de fatores que envolvem questões culturais, desinformação e, ainda, fragilidade da gestão pública em relação às políticas públicas socioambientais”, afirmou.

Durigan lembra que, há décadas, especialistas alertam para situações como a atual e afirma que é importante encontrar alternativas ao uso do fogo. Ao mesmo tempo, intensificar a fiscalização e punição para coibir práticas indevidas.

“Vivemos tempos difíceis de emergência climática que requerem maior atenção da gestão pública e maior engajamento da sociedade para que juntos enfrentemos crises como a que estamos passando agora”, finalizou.

Fala de deputado

O deputado estadual Rozenha (PMB) afirmou que o povo do interior não está ocasionando as queimadas que estão ocorrendo no Amazonas. O parlamentar diz que o problema se trata de “acidente climático”.

Rozenha também observa que incêndios florestais são comuns em áreas de baixa densidade populacional, muitas vezes, causados por fatores como garrafas de vidro em condições extremas de calor, o que seria uma explicação para os focos em áreas verdes.

Ele reforça que a ignorância e a falta de conhecimento técnico por parte de agricultores, por exemplo, são frequentemente as causas e não o “homem simples do interior” [que ateia fogo na vegetação.

“Nesse momento, a solução precisa ser de uma forma conjunta, com esforços dos governos estadual e municipal e até o governo federal. Temos que achar uma solução e não encontrar culpados. O caboclo amazonense não é culpado”, destaca.

Dados

No período de 12 de julho e 25 de setembro, o Corpo de Bombeiros combateu 1.317 incêndios, sendo 496 deles na capital e 821 casos no interior.

Atualmente, suas equipes de agentes combatentes estão espalhadas por 21 municípios do interior, de acordo com o órgão. Ainda assim, são poucos profissionais para dar conta de uma extensão territorial tão grande como é o Amazonas.

 

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