Manaus, 23 de abril de 2024
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Cenário

Especialistas defendem que população cobre vereadores sobre obra milionária na CMM

O maior fiscalizador do trabalho dos vereadores é o povo que os elegem para legislar em favor da cidade, mas que agem, às vezes, em benefício próprio

Especialistas defendem que população cobre vereadores sobre obra milionária na CMM

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – A construção de um anexo na Câmara Municipal de Manaus (CMM) tem levantado muitos questionamentos na sociedade manauara por conta do valor exorbitante de R$ 32 milhões que a obra já tem para ser iniciada. Especialistas falam que a população tem o dever de cobrar os vereadores sobre a obra milionária na CMM, além de fiscalizar os atos parlamentares em prol da sociedade.

A discussão saiu do Parlamento municipal e ganhou os holofotes dos moradores de Manaus, que sofrem diariamente com a demora, superlotação e a precariedade do transporte coletivo; falta de paradas cobertas; ruas esburacadas, e ainda por cima com o desemprego, que tem levado muitas famílias até a não ter o que comer diariamente.

O analista político Helso Ribeiro afirma que, quando os parlamentares foram às ruas pedir votos, com toda certeza não falaram, em suas propostas, que iriam ampliar os gabinetes.

“A construção desse prédio, sem entrar no mérito se vale a pena ou não, ela recai naquele ponto que a gente fala, muitas vezes há um hiato, uma separação entre o que o político faz e o que a população almeja. Eu custo a crer que qualquer um dos 41 vereadores, durante a campanha, tenha pelo menos suscitado isso na hora de pedir votos. Oh [sic], se eu for eleito eu vou priorizar o aumento da Câmara Municipal de Manaus (CMM) até para receber você, eleitor, melhor, eu custo a crer, mas cabe à população que escolheu os 41 fazer cobranças, fiscalizar, ver quem é favorável, como está sendo utilizado o dinheiro da parte dos vereadores, seria por aí”, disse o analista.

Leia mais: Vereadores vão à Justiça contra obra do anexo de R$ 32 milhões na CMM

Quem também conversou sobre essa construção foi o economista Orígenes Martins Júnior, o qual disse que a prioridade dos parlamentares vai de encontro à real necessidade dos manauaras. Ele destacou, ainda, que o Brasil é o país que mais gasta com os parlamentos legislativos.

“Existe algo que deveria ser levado em conta na Administração Pública, principalmente em um momento como este: prioridade. Se temos tantos cidadãos passando necessidade, tanto no que diz respeito à aquisição de remédios, mas principalmente à capacidade de comer, não é possível concordar com um gasto deste em uma obra que não pode ser considerada essencial. Esta seria a atitude que se deveria esperar daqueles que se dizem os “representantes do povo”. Precisam pensar mais em quem os elegeu e menos no próprio umbigo. Já foi provado que o Brasil, como um todo, tem o custo mais alto do mundo com o Poder Legislativo. E isto se encaixa em todas as esferas: federal, estadual e municipal”, disse.

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