(Foto: Agência Brasil)
Em menos de 24h, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), recebeu mais de meio milhão de inscrições. Foram 1.455.736 inscritos para a versão impressa da prova e 92.935, para a digital só nessa segunda-feira, 11.
Uma das estudantes que já fez a inscrição é a amazonense Liliane Cordeiro, de 20 anos. A jovem, no entanto, é mais uma entre tantos brasileiros que tem tido dificuldades para se preparar para o exame, por conta da pandemia do novo coronavírus.
Sem poder fazer um curso preparatório presencial, Liliane busca ferramentas on-line, como canais no YouTube, sites e aplicativos, porém, relata os desafios para manter a motivação.
“A pandemia estragou os meus planos, por alguns momentos pensei que teria que desistir de estudar, entrei em um tipo de crise emocional. Mas como o recomendado é que se busque uma forma de passar o tempo, faço inscrição em cursinho, só que nunca termino, acaba ficando entediante”, disse.
A estudante Liliane enfrentou uma crise emocional com o início da pandemia (Foto: Arquivo pessoal)
Assim como Liliane, a estudante Ana Clara Monte de 17 anos tem enfrentado dificuldades nos estudos e tem se preparado como pode.
“A pandemia atingiu sim os meus estudos. Antes a gente tinha aulas presenciais, hoje nós temos aula on-line, mas nada substitui a aula presencial”, afirmou.
Adiamento das provas
Neste ano, pela primeira vez, o Enem será realizado também em formato digital, uma escolha que fica a critério dos estudantes. O que tem dividido a opinião de muitos, todavia, é o fato da prova não ter sido adiada, mesmo com a pandemia.
Pelo cronograma inicial, as provas vão ocorrer em 1° e 8 de novembro, na versão presencial, e em 22 e 29 de novembro, na versão digital.
Para Liliane, as provas deveriam ser adiadas, visto que nem todos tem acesso à internet para estudar. “Estamos em uma crise econômica, social e cultural. A maior da população não tem condições de ter aulas por vídeo, como é que eles podem estudar, revisar conteúdo, se nem isso eles têm acesso?”, questionou.
Leia também: Enem 2020: estudantes criticam propaganda do MEC
Para Eduarda Gusmão, 18, o adiamento das provas também é necessário, caso a pandemia continue. A estudante, no entanto, diz que tem tido mais tempo nos últimos dias para se dedicar aos estudos.
“Terminei o ensino médio ano passado, não consegui comparecer ao local da prova no segundo dia, mas estou me esforçando pra obter um bom resultado no Enem deste ano; minha expectativa é a de que dê tudo certo”, contou.
Pedido de adiamento do TCU
Nessa segunda-feira, 11, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu cinco dias para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) se manifestasse sobre o cronograma do Enem.
No despacho do dia 4 de maio, o ministro Augusto Nardes, do TCU, diz que a pandemia do novo coronavírus tem profundos reflexos na educação e indica existir necessidade de alteração no calendário da prova.
Saiba mais em:
Parecer do TCU defende adiamento das provas do Enem 2020
Entre 19 países que têm exames de ingresso no ensino superior similares ao Enem, apenas 5 mantiveram o calendário de aplicação de provas e o Brasil é um deles.
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