Manaus, 2 de maio de 2024
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Cidades

Estudo mostra que o Norte tem a menor cobertura vacinal contra HPV

Entre meninas residentes na região Norte, a cobertura vacinal contra o HPV está em 50,2%

Estudo mostra que o Norte tem a menor cobertura vacinal contra HPV

Alunas são vacinadas contra o papiloma vírus humano - HPV (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

MANAUS (AM) – Estudo divulgado pela Fundação do Câncer, no último domingo (26), aponta que os estados da região Norte têm a menor cobertura vacinal completa (primeira e segunda doses) contra o Papilomavírus humano, o HPV, o principal responsável pelo câncer de colo de útero, em mulheres, e outras formas da doença, em homens.

Conforme o levantamento, realizado para chamar a atenção ao Dia Mundial da Prevenção do Câncer de Colo do Útero, celebrado no domingo (26), entre meninas residentes na região Norte a cobertura vacinal contra o HPV está em 50,2%. Já entre meninos, a vacinação alcançou apenas 28,1% do público-alvo na região.

Em contrapartida, a região Norte foi a que registrou mais mortes por câncer de colo de útero de 2016 a 2020, superando, inclusive, a média de mortes nacionais. Na região Norte, a cada 100 mil mulheres, 9,6 morreram em decorrência da doença. No Brasil, no mesmo período, a média é de 6 casos/mortes por câncer de colo de útero a cada 100 mil mulheres.

O estudo, publicado pela Agência Brasil, apontou, ainda, que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) abaixo da meta estabelecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo reportagem da Agência Brasil, até 2030, o Brasil não deverá atingir a meta necessária para a eliminação da doença, que constitui problema de saúde pública. O levantamento, feito pela Fundação do Câncer, teve como base os registros de vacinação do PNI de meninas entre 9 e 14 anos, no período de 2013 a 2021, e meninos de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2021.

Em todo o Brasil, a cobertura vacinal da população feminina entre 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região. Na população masculina, entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é inferior à feminina no Brasil todo. A cobertura vacinal entre meninos é de 52% na primeira dose e 36% na segunda, muito abaixo do recomendado.

Além de proteger as meninas e mulheres contra o câncer de colo do útero, os meninos podem ser beneficiados com a vacina para evitar câncer de pênis, de orofaringe, câncer de boca, de ânus, entre outros tipos. Na mulher, a imunização também evita câncer de vulva, vagina, faringe, boca.

Vacinação

A vacina é segura e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, em esquema de duas doses, e para mulheres e homens transplantados, pacientes oncológicos, portadores de HIV, de 9 a 45 anos, em esquema de três doses.

Câncer de colo de útero

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).

Excluindo o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal), e a terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau), sendo curáveis na quase totalidade dos casos. Por isso, é importante a realização periódica do exame preventivo.

Segundo o Inca, em 2023 o Brasil deve registrar 17.010 casos novos de câncer de colo uterino. Para o Amazonas, a estimativa é de cerca de 610 casos novos, sendo 420 casos apenas em Manaus, capital amazonense. A estimativa coloca o Amazonas em 2º entre os Estados do Norte com maior incidência da doença, atrás apenas do Pará, com a estimativa de 830 novos casos de câncer de colo de útero este ano, segundo o Inca.

Em Roraima, o Inca estima que sejam registrados 40 novos casos da doença este ano. No Acre, a estimativa é que sejam registrados 70 casos; no Amapá, a estimativa já alcança 100 novos casos; em Rondônia, o Inca estima 150 novos casos em 2023; já em Tocantins, a estimativa é que sejam registrados 180 casos de câncer de colo de útero este ano.

O Inca alerta que a vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) se complementam como ações de prevenção desse tipo de câncer. Mesmo as mulheres vacinadas, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o exame preventivo periodicamente, pois a vacina não protege contra todos os tipos oncogênicos do HPV.

(*) Com informações da assessoria

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