Manaus, 17 de maio de 2024
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Brasil

‘Eu chorava o dia inteiro’, diz idosa resgatada de trabalho escravo em SP

A vítima de exploração trabalhava na casa de uma médica e um empresário

‘Eu chorava o dia inteiro’, diz idosa resgatada de trabalho escravo em SP

A idosa trabalhou durante 27 anos sem ter folgas. (Foto: Divulgação/ MPT)

SÃO PAULO – A idosa de 82 anos que foi resgatada do trabalho análogo à escravidão afirmou que “tinha dias que chorava o dia inteiro”. A vítima de exploração trabalhava na casa da médica Maria de Fátima Nogueira Paixão e do empresário Hamilton José Bernardo, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

“Tinha dia que eu chorava o dia inteiro de tristeza. Tristeza de trabalhar e ficar quieta. Não queria [estar lá]”, disse em entrevista a um veículo de comunicação.

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Agora, a mulher mora na casa do irmão, em Jardinópolis, e conta que sua vida está melhor. A idosa também recebe apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social.

“Agora estou feliz. Estou na casa do meu irmão. Aqui é uma paz, e lá não era. Aqui não tem ninguém que me amola, que me aborrece. É só nós dois”, relata.

“Foi errado”

Depois de ser resgatada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a vítima tem mais clareza sobre o que ocorreu durante os 27 anos em que trabalhou sem ter folgas nem receber remuneração e direitos.

“Ela [patroa] tinha condição de me dar um salário. Foi errado o que ela fez comigo. Para ela não trabalho mais, não”, afirma, em relação à médica. Maria de Fátima Nogueira Paixão recebe uma aposentadoria da prefeitura de Ribeirão Preto no valor de R$ 21 mil.

A acusada de promover trabalho análogo à escravidão inscreveu a idosa no Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas a vítima nem sequer tinha acesso ao seu cartão de saque, que ficava sob a responsabilidade da patroa.

(*) Com informações de Metrópoles