Manaus, 5 de maio de 2024
×
Manaus, 5 de maio de 2024

Cenário

Fala de Lula sobre Holocausto movimenta atividades de políticos no AM

Deputados federais, estaduais e vereadores se posicionaram sobre a declaração de Lula, que comparou a guerra na Faixa de Gaza com o Holocausto.

Fala de Lula sobre Holocausto movimenta atividades de políticos no AM

Políticos do AM repercutem fala do Lula sobre holocausto (Foto: Reprodução/Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/Montagem Portal AM1)

Manaus (AM) – Após declarações que compararam o genocídio de milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, conhecido como o “Holocausto”, e a guerra em Gaza, o presidente Lula (PT) sem sofrendo críticas dos políticos brasileiros, principalmente pela direita e extrema direita. Desde as declarações de Lula, políticos amazonenses têm se manifestado por meio das redes sociais sobre o assunto.

O presidente participava de uma reunião da cúpula da União Africana no último domingo (18), na Etiópia, e em entrevista à imprensa, comparou as ações do Holocausto com a guerra na Faixa de Gaza, local disputado por Israel e Palestina, no oriente Médio. Diante do posicionamento, o petista foi considerado “persona non grata” (alguém não bem-vindo) pelo governo de Israelense.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula.

Repercussão federal

Diante da proporção, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), da ala política do ex-presidente Bolsonaro, e que sempre busca criticar o governo Lula, repudiou a fala do chefe do Executivo federal em suas redes sociais, e foi coautor de uma moção na Câmara dos Deputados.

O parlamentar afirmou, em sua conta no X (antigo Twitter), que as declarações de Lula são ofensivas e “criou uma crise diplomática entre os dois países”.

“Essa declaração é muito ofensiva para Israel e seu povo, que têm enfrentado problemas com terroristas há muito tempo”.  “A fala do presidente Lula abriu uma crise diplomática entre os dois países”, disse o deputado em seu perfil do Instagram.

post-alberto-neto

(Foto: Reprodução/Instagram)

Alberto Neto aproveitou o momento para pedir o Impeachment do presidente, de autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que classificam as falas de Lula como “irresponsáveis e desprezíveis”.

Silas Câmara (Republicanos), também usou as redes sociais para se manifestar sobre as falas de Lula. Em seu perfil do X, Silas disse que não concorda que as vidas perdidas na guerra em Gaza sejam comparadas ao Holocausto, e ainda, e que Israel tem todo o direito de se defender do Hamas. Por isso, iria “orar” pedindo misericórdia ao povo.

post-silas-camara-1

(Foto: Reprodução/X)

Aleam

Já na bancada estadual, o deputado Wilker Barreto, publicou uma nota de repúdio sobre as afirmações do presidente Lula e disse que a declaração do petista, além de grave, não precisa ser associada a um grupo terrorista como ocorreu no Holocausto.

post-wilker-barreto

(Foto: Reprodução/X)

 

A deputada estadual Débora Menezes (PL), que não perde a oportunidade de criticar Lula, também repudiou as falas do presidente. Assim como os demais parlamentares que se posicionaram no X, Débora disse que o impeachment é uma solução, pois Lula causou hostilidade contra uma nação estrangeira. A parlamentar também e exigiu uma retratação pública do mandatário para se desculpar por sua “atitude irresponsável”.

Delegado Péricles (PL), repostou uma publicação que cita a ajuda que Israel deu ao Brasil em 2019, no desastre de Brumadinho (Minas Gerais) e que cita uma afirmação de que Lula ‘cospe’ na ajuda humanitária recebida pelo país israelense.

post-deputado-pericles

(Foto: Reprodução/X)

Petistas

O único deputado do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), Sinésio Campos, não se posicionou sobre o ocorrido, pelo menos, até às 12h desta terça-feira (20).

Por outro lado, o ex-deputado federal Zé Ricardo (PT), demonstrou apoio a Lula em suas redes sociais. O político afirma que “Lula foi o único a ter coragem de denunciar o genocídio que acontece com as milhares de mortes na Palestina“.

Mas, alguns internautas discordaram de Zé Ricardo. Um deles afirma que votou no petista, mas lamentava o seu posicionamento. “Lembre que votei em você, mas concordar com isso é lamentável”. Outro seguidor comentou que Zé Ricardo deveria tirar a venda dos olhos e reconhecer que Lula fez uma comparação “idiota”.

post-ze-ricardo

(Foto: Reprodução/X)

Repercussão na CMM

A declaração de Lula também movimentou o dia na Câmara Municipal de Manaus (CMM) e resultou até na votação de três moções de repúdio contra o presidente Lula, sendo apresentadas pelos vereadores Capitão Carpê (Republicanos), Marcel Alexandre (Avante) e Raiff Matos (DC).

Marcel Alexandre (Avante), colega de bancada do vereador Sassá da Construção Civil (PT), afirmou que o repúdio não seria contra a pessoa do presidente, mas sim contra a atitude tomada por ele.

“Eu sou um vereador, vereador Sassá, que não gosto desse negócio de repúdio, pois isso me causa muito mal-estar […]. Eu não quero repudiar pessoas, eu quero repudiar uma fala”, disse o parlamentar ao criticar a postura do presidente.

Por sua vez, Sassá, como único petista da Casa, disse que apesar de ser do partido do presidente, não iria passar a mão na cabeça de ninguém como alguns vereadores faziam na gestão passada. Além disso, o parlamentar disse que o presidente precisa, sim, se desculpar por suas afirmações.

“A fala do presidente Lula, foi a fala dele, eu sou do partido dele mas não vou passar a mão na cabeça, porque aqui tem um bando de colegas, não todos, que quando falavam do presidente passado, comiam abiu, e eu não. Eu acho que o presidente Lula tem que pedir desculpas à nação, sim, pelo que ele falou”, afirmou o petista.

Sassá usou o seu tempo de resposta para dizer que a situação em si deveria ter como objeto o repúdio às falas e não à pessoa do presidente Lula. Ele também afirmou que os vereadores, autores das moções, estavam perdidos em seus requerimentos apresentados no plenário.

LEIA MAIS: