Manaus (AM)- Após a morte do vigilante Elias Pinheiro Ladislau, que tinha 41 anos, ocorrida na noite dessa segunda-feira (17), em um shopping na zona Sul de Manaus, a família alega que a empresa na qual a vítima trabalhava, o Grupo GR, não dava condições de segurança aos funcionários, bem como o shopping Manauara.
“O sentimento que fica é o de revolta. Há tempo, nós reivindicávamos melhorias nas condições de trabalho, pois no local que meu irmão perdeu a vida era área onde entrava muita gente. Por isso, era preciso ter mais de um vigilante, mas ele estava sozinho. Eles [empresa] preferem perder um funcionário do que admitir o erro”, relatou Josias Ladislau, irmão de Elias.
Elias estava na Doca 3, na área de carga e descarga, próximo à saída do shopping, momento em que um carro parou próximo ao local e um homem desceu do veículo. O suspeito se aproximou da vítima, pediu informações e, em seguida, atirou contra a cabeça dele, segundo informações de testemunhas.
O irmão da vítima, que também é vigilante, alegou que a empresa e shopping só vieram prestar suporte à família na terça-feira (18), mas que na noite de ontem, “ficaram iguais baratas tontas, indo de um lado para o outro”. E isso, segundo eles, atrasou alguns pontos da liberação do corpo.
“Ele iniciou o trabalho de vigilante no shopping – e já estava lá, há sete anos, onde foi assassinado. Eu quero que alguém de lá seja responsabilizado pela morte do meu irmão”, afirmou Josias.
Em nota, o shopping lamentou a morte do vigilante e afirmou: “prestaremos todo o apoio e suporte necessários à família do profissional.
Estamos à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações”.
Sindicato dos vigilantes
O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Manaus, Valderli Bernardo, esteve no local onde o corpo de Elias estava sendo velado, na Praça 14, zona Sul de Manaus. Ele cobrou mais segurança para a categoria – e também afirmou que houve falha tanto do shopping quanto do grupo GR na morte do vigilante.
“Nós já havíamos denunciado que no Manauara Shopping a segurança era muito fragilizada. Fragilizada no sentido de garantir a segurança dos próprios profissionais e das pessoas que frequentam o shopping. Fragilizada no sentindo de garantir a segurança dos trabalhadores das lojas. Ontem, infelizmente, tivemos essa confirmação. Tivemos um colega vigilante morto porque o plano de segurança do shopping e da GR falhou”, denunciou Valderli.
Por se tratar de um local exposto, o vigilante devia trabalhar desarmado “para que sua arma não chamasse atenção da criminalidade dos bandidos”, reforçou.
Ainda no local, a reportagem do Portal AM1 tentou falar sobre o assunto com um dos representantes do Grupo GR, Francisco Militão, que esteve no velório, mas ele alegou “que não concediam entrevista”.
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