
(Foto: Hudson Fonseca/Divulgação/Aleam)
Brasília (DF) – Diante das discussões sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial do Amapá, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, reafirmou a negativa do órgão ao estudo na região.
O deputado federal Fausto Junior (União Brasil) criticou a decisão e afirmou que o Amazonas está refém da burocracia e do que chamou de “radicalismo ambiental” imposto por Agostinho e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Enquanto outros países exploram suas riquezas naturais de maneira estratégica, o Brasil permanece parado no tempo, sem alternativas econômicas concretas para a população local”, disse o deputado nas redes sociais.
Ao Portal AM1, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) também comentou sobre a exploração.
“Compreendo a importância do tema e sei que a questão da exploração de petróleo na Margem Equatorial do Amapá envolve uma série de aspectos técnicos, ambientais e econômicos. Estou atento ao assunto e continuarei acompanhando de perto os debates para que qualquer decisão seja pautada na vontade popular”, disse o parlamentar.
Agostinho, é pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na última semana, em uma entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá, destacou que o Ibama está de “lenga-lenga” para dar a liberação.
“Não é que vou mandar explorar, eu quero que seja explorado (…) O que não dá é ficar nesse lenga-lenga, o Ibama é um órgão do governo e está parecendo que é um órgão contra o governo”, disse Lula.
O ambientalista afirmou ao jornal O Globo que está acostumado com a pressão, e apesar da cobrança, o trabalho deve continuar de forma técnica.
“Os servidores do Ibama são concursados, então mesmo que eu fizesse qualquer tipo de pressão sobre eles, eles têm a proteção do próprio cargo deles. Tanto que mesmo no governo passado, situações como essa não aconteceram”, explicou Agostinho.
O Ibama recusou em 2023 a licença da Petrobras para exploração da região, desde então uma nova licença foi solicitada buscando atender os requisitos ambientais do órgão, mas até o momento não houve um retorno.
Novo desenho ministerial
O desgaste político de Agostinho, pode trazer um novo contorno para a parte ambiental do governo federal, hoje comandada pela ministra Marina Silva, que atualmente é contra a exploração na Foz do rio Amazonas.
O presidente do Ibama é suplente da deputada Tábata Amaral (PSB-SP) e a parlamentar tem sido sondada para compor o núcleo ministerial de Lula.
A deputada pode chefiar o Ministério da Ciência e Tecnologia, e abrir espaço para o destravamento da licença ambiental para a perfuração do poço no local.
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