Manaus, 8 de outubro de 2024
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Economia

Ferraço volta atrás e apresentará nesta terça-feira relatório da reforma trabalhista

Ferraço volta atrás e apresentará nesta terça-feira relatório da reforma trabalhista

Segundo Ferraço, serão concedidas vistas coletivas e a previsão é que a votação ocorra na terça-feira da próxima semana. (Foto: Reprodução/ Internet)

Quatro dias após anunciar que a tramitação da reforma trabalhista ficaria paralisada no Senado para que o PSDB pudesse analisar os desdobramentos da delação que atingiu o presidente Michel Temer, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou, nesta segunda-feira, que irá apresentar amanhã o relatório ao projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O texto, porém, não será votado amanhã. Segundo Ferraço, serão concedidas vistas coletivas e a previsão é que a votação ocorra na terça-feira da próxima semana. Para Ferraço e para o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), não deve se misturar a crise do governo, que ambos consideram extremamente grave, com os trabalhos no Congresso.

“Uma coisa é a dramática crise institucional que vive o governo brasileiro. Uma coisa de fato sem precedentes, muito complexa. Mas não podemos misturar a crise institucional com o nosso dever. Nosso compromisso é com o país. Esse é o debate que se iniciou a meses no Congresso e amanhã estaremos dando o primeiro passo com a leitura do relatório da reforma trabalhista”, disse Ferraço.

Ferraço explicou que irá propor alguns ajustes na proposta, mas apenas como sugestão fora do projeto, ainda contando com o acordo feito com o governo para que alguns itens sejam vetados e para que outros sejam modificados via Medida Provisória, posteriormente. Desta forma, Ferraço mantém a posição de não obrigar que o texto volte para a análise da Câmara. O senador justificou sua mudança de postura sobre a apresentação do relatório afirmando que o partido fez uma “revisão” da conjuntura.

“Nós fomos revisando, dia-a-dia, a conjuntura, o aprofundamento da crise. Fizemos uma reunião com nossas principais lideranças e chegamos à conclusão que o melhor nesse momento é não misturar a crise do governo com aquilo que nosso país precisa enfrentar e decidir para que crise econômica não se acelere, com elevadas consequências sociais. Já são mais de 14 milhões desempregados, tantos outros desencantados. Portanto, vamos fazer a leitura do relatório amanhã e, possivelmente, será dado vista coletiva. Não há votação amanhã, mas possivelmente na próxima terça-feira, como determina o regimento e o calendário”, pontuou.

Tasso Jereissati destacou que a orientação no partido é tentar manter a normalidade nos trabalhos no Congresso.

“Estamos, diante de vários rumores, comunicando que nosso trabalho na CAE e no Senado é normal. O relatório da reforma trabalhista pelo senador Ricardo Ferraço na CAE vai ser lido amanhã. Nosso compromisso é com o país e mostrar que estamos trabalhando normalmente e que os acontecimentos políticos independem do nosso trabalho aqui. O Brasil depende de que nós continuemos a trabalhar e dar o processo de reforma em seguimento”, afirmou Tasso.

Questionado se o PSDB irá manter o apoio ao governo, Tasso afirmou que o partido irá aguardar as decisões no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E disse que o melhor, para o PSDB, é acompanhar as decisões judiciais. Nos bastidores, caciques tucanos apostam na cassação da chapa presidencial junto ao TSE, no julgamento marcado para a próxima semana, como saída honrosa para que Temer deixe a Presidência da República.

“Isso é outra questão. O PSDB está vendo isto com muita responsabilidade, muito cuidado. Existem desdobramentos, agora na quarta uma votação do STF, nós vamos aguardar, tem votação logo em seguida do TSE, nós vamos aguardar. Na nossa visão, tudo aquilo que fizermos e que venha acompanhado do julgamento das instâncias do judiciário, melhor e mais consolidado”, afirmou Tasso, destacando, porém que a decisão do TSE “talvez seja mais relevante e definitiva”.

Fonte: O Globo