Manaus, 19 de maio de 2024
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Política

FHC sai em defesa de Doria: “Agiu bem”

FHC sai em defesa de Doria: “Agiu bem”

Foto: Divulgação

Em meio à guerra interna do PSDB diante da candidatura de João Doria à Presidência da República, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do partido, saiu em defesa do ex-govenador de São Paulo. Ele apontou que o resultado das prévias realizadas pela legenda no ano passado devem ser respeitadas.

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FHC usou suas redes sociais para passar um recado ao partido, cuja direção vai se reunir na próxima terça-feira (17/5), em Brasília, para decidir os rumos da candidatura.

O ex-presidente apoiou a atitude de Doria, expressada em uma carta enviada à sigla, na qual o ex-governador considera uma “tentativa de golpe” o fato da legenda admitir uma composição com a senadora Simone Tebet (MDB), na qual ele não seja a cabeça de chapa.

No passado, o próprio ex-presidente foi acusado de minar a candidatura de Doria ao se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo (PE), organizou para a próxima terça-feira (17/5) uma reunião da comissão executiva da legenda com o objetivo de definir o destino da candidatura.

O encontro ocorre depois de uma carta aberta do ex-governador, endereçada à direção da legenda, na qual ele acusa os correligionários de dar um “golpe”, não respeitando o resultado das eleições prévias ocorridas no ano passado, que o definiram como pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.

Duelo de versões
O que se espera da reunião é um duelo de versões. De um lado, parte dos tucanos quer lembrar a Doria que ele também fez parte do acordo com a chamada terceira via. Do outro, Doria defende que o resultado das prévias deve ser cumprido e ameaça entrar na Justiça caso o partido não encabece seu nome.

O plano combinado, segundo parte da diretoria, era que o pré-candidato que encabeçará a chapa do chamado “centro democrático” será aquele que demonstrar melhor desempenho até o dia 18 de maio, quando o grupo pretende definir a chapa.

Entre os pretendentes à vaga do grupo, além de Doria, resta Simone Tebet (MDB), já que Luciano Bivar (União Brasil) decidiu sair e se lançar ao Planalto.

Rejeição
Integrantes do PSDB ouvidos pelo Metrópoles disseram que a carta de Doria ocorre em um contexto no qual ele teria percebido seu baixo desempenho nas pesquisas de opinião.

Além disso, não só a baixíssima intenção de voto verificada até o momento preocupa os tucanos. Algumas pesquisas já o apontam como depositário de maior rejeição entre todos os pré-candidatos.

Um tucano avaliou que ele não teria condições de um crescimento meteórico como esperam seus defensores. O sentimento é de que ele puxa sozinho toda rejeição dos eleitores antipetistas e antibolsonaristas.

Na carta, Doria chamou de “tentativa de golpe” a contratação de uma pesquisa para definir a candidatura única da terceira via à Presidência. Para os tucanos, ele próprio participou do acordo e hoje estaria, então, rompendo com o que foi combinado ao exigir que o partido todo defenda seu nome ao Planalto.

“Desculpas estapafurdias”
A reunião da executiva servirá para definir se esse acordo será realmente preservado. Doria, por sua vez, já informou que se seu nome não figurar como cabeça de chapa, ele judicializará a situação.

Ele lembrou na carta que, mesmo antes das prévias, existia uma “movimentação de parte da cúpula” do PSDB contra ele e que, depois do processo interno, “tentativas de golpe continuaram acontecendo”.

“Qual foi a nossa surpresa ao saber que, apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo. As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito”, escreveu o tucano.

Com informações do Metrópoles