Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Filho de Wallace Souza, Willace critica obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19

O apresentador do programa Sinal Livre TV é um crítico nato das vacinas contra a covid-19

Filho de Wallace Souza, Willace critica obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – Willace Souza, apresentador do programa Sinal Livre TV na Band Amazonas, é um crítico nato das vacinas contra a covid-19 e sempre usando seu programa e redes sociais para falar sobre a vacinação, na última terça-feira (18), colocou a boca no trombone e criticou a obrigatoriedade da vacinação e questionou as possíveis reações adversas das vacinas contra a covid-19.

“Pessoal, o que eu quero que as pessoas entendam, é que as fabricantes não se responsabilizam por qualquer reação adversa. Por que? Qual o motivo? Por que elas não se responsabilizam se elas dizem que é tão segura”, questionou o filho caçula de Wallace Souza.

“Sou contrário à obrigatoriedade da vacinação. Contrário também à privação de liberdade ir e vir para quem opta em não tomar a vacina. Somos seres humanos livres. Não podemos mais sequer nos questionar de termos pois nossas contas são desativadas ou o engajamento é reduzido abruptamente”, completou ele nos Stories.

No dia 8 de janeiro, Willace publicou em seu Twitter possíveis casos de reações adversas causadas por vacinas contra a covid-19.

“Gente, beleza, eu tomei as vacinas, mas eu fiquei realmente intrigado pra cacete com o caso do Bruno Graf… E também com as mortes e maus súbitos de várias pessoas. Eu nem vou postar aqui, só pesquisem… sério. É pra ninguém vir com papinho de “negacionista” pra cima de mim. Crianças de 12 anos tendo infarto, pô… Jovens da minha idade morrendo de ataques cardíacos ou maus súbitos… E pior que quem contesta tem seu engajamento reduzido imediatamente ou as redes sociais apontam como “informação enganosa”… Sinistro demais isso! Me assustou pq tomei essa p*rra, minha mãe, meus irmãos, minha família inteira tomou… O povo parece estar louco, não se permite sequer QUESTIONAR, e isso se deve muito a posicionamento ideológico, medo de ser taxado pela galera de “bolsominion”, “negacionista” ou sei lá o que mais a mídia criou pra intitular quem questiona… Todos querem ser “cool”, relatou ele no Twitter.

Para se defender de ser anti-vacina ou negacionista, Willace disse: “Para os lacradores eu sou ‘anti-vaxx’. O primeiro ‘anti-vaxxx’ que tomou 3 doses. Questione, não siga a manada. O que está errado tem que ser questionado.”

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Caso Bruno Graf

Após investigações, foi constatado que o advogado Bruno Graf, de 28 anos, morreu em razões de efeitos colaterais provocados pelo imunizante AstraZeneca. A informação foi divulgada pelo boletim epidemiológico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) através do Monitoramento dos Eventos Adversos Pós-Vacinação (EAPV) contra a covid-19 em Santa Catarina no dia 30 de novembro de 2021. No entanto, Bruno não faleceu em decorrência de miocardite/pericardite e sim por um quadro de trombose associado às reações adversas da vacina.

“Os dois óbitos que tiveram relação causal com a vacina COVID-19 foram notificados e investigados pelas equipes de imunização estadual, regional e municipal, contando também com o apoio da equipe técnica de avaliação de eventos adversos do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Trata-se de um homem de 28 anos, residente
em Blumenau, que iniciou sintomas (calafrios, sensação febril e cefaleia) no dia 23 de agosto, evoluindo a óbito em 26 de agosto, sendo este desfecho desencadeado por um quadro de trombose de sistema nervoso central com plaquetopenia associada. O segundo caso foi de uma mulher de 27 anos, residente em Timbó, que iniciou sintomas (febre, dor abdominal e dor nas costas) em 10 de setembro e que evolui a óbito em 23 de setembro, devido a um quadro de trombose de veias porta e esplênica, associada com plaquetopenia. Ambos os óbitos foram temporalmente associados à vacina do laboratório AstraZeneca, sendo esses dois casos confirmados tendo seus desfechos com relação a Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT/TTS)”.

Os dois EAPVs graves que evoluíram para óbito e que tiveram relação causal com a vacina COVID-19 representam uma taxa de incidência de 0,05 casos por 100 mil doses aplicadas. Estes EAPVs são descritos na literatura médica como eventos raros e associados a vacinas de plataforma de vetor viral, das quais as vacinas dos laboratórios AstraZeneca e Janssen são as únicas distribuídas no Brasil pelo PNI/MS. Os EAPVs relacionados à trombose com plaquetopenia são raros e foram descritos inicialmente em países europeus, podendo ocorrer dentro de um período de 28 dias após a vacinação (mais comumente entre 4 e 20 dias). Com base nos dados mais recentes disponíveis, o risco de Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT/ TTS) com vacinas. AstraZeneca é muito baixo. Dados do Reino Unido sugerem que o risco é de aproximadamente quatro casos por milhão de adultos (1 caso por 250 000) que recebem a vacina, enquanto que a taxa é de aproximadamente 1 por 100.000 na União Europeia (UE), mas que pode haver uma variação geográfica no risco desses raros eventos adversos”, concluiu o boletim.

Mal súbito ou AVC

Até o momento, não há nenhuma evidência científica que qualquer vacina aplicada no mundo contra covid-19 cause morte por mal súbito ou acidente vascular cerebral (AVC). Os efeitos das vacinas são acompanhados por especialistas em todo mundo.

Boatos que circulam na internet sobre possíveis pessoas que tiveram problemas de saúde ou óbitos ocasionados por imunizantes não trazem informações como os fatores de risco para infarto, como histórico familiar, triglicérides, colesterol e estilo de vida.

Existem relações documentadas entre vacinação e miocardite, que se trata de uma inflamação do músculo. Isso ocorre com homens jovens, e é aumentada 34 vezes mais pela infecção da covid-19.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), as arritmias cardíacas afetam ao menos duas dezenas de milhões de brasileiros e causam entre 300 a 320 mil mortes por ano. Entre 2020 e 2021, a covid-19 matou mais que doenças do coração.

O número de óbitos por doenças cardiovasculares aumentou em meio a pandemia e até junho do ano passado, 150 mil óbitos foram registrados, com um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2020, de acordo com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil.

Em relação ao número de casos de AVC no Brasil, de acordo com o Datasus, em média 25 pessoas morrem por derrame anualmente e esse número se manteve estável entre 2018 e 2021.

Os principais fatores de risco ligados ao AVC são tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, sedentarismo, dislipidemia, doenças cardíacas, obesidade e consumo de álcool.

Estudo

Um estudo do British Medical Journal publicado no dia 26 de agosto de 2021, acompanhou 29 milhões de pessoas vacinadas e 2 milhões de internações por covid-19. Em relação ao imunizante AstraZeneca, a incidência foi de apenas 7 casos de um tipo específico de derrame, a trombose do seio venoso central a cada 10 milhões de vacinados.

Já no caso da Pfizer, 143 casos de AVC isquêmico a cada 10 milhões de vacinados. Em resumo, a probabilidade de ter mal súbito, trombose ou AVC é maior ao contrair covid-19 do que ao ser vacinado, já que são extremamente raros.