Manaus, 17 de maio de 2024
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Cidades

Fisioterapia oncológica melhora a qualidade de vida de pacientes

Fisioterapia oncológica melhora a qualidade de vida de pacientes

(Foto: Divulgação/Assessoria)

Fundado há 25 anos, o Serviço de Fisioterapia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Susam),  tem se mostrado essencial na reabilitação de pacientes oncológico, em especial, às mulheres em tratamento contra o câncer de mama, submetidas a procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, como as mastectomias (retirada parcial ou total das mamas).

(Foto: Divulgação/Assessoria)

De acordo com o fisioterapeuta Augusto dos Santos, especialista na área, além de melhorar a qualidade de vida de quem luta contra a doença, o tratamento, considerado complementar, também auxilia na recuperação da integridade funcional e na inclusão social.

Ele explica que, quando mais cedo o paciente começar a fisioterapia, melhores serão os resultados, tanto na fase pré-operatória, quanto pós-operatória. Um dos pontos positivos do tratamento está relacionado às partes respiratória e muscular – esta última, contribuindo com a promoção da amplitude de movimentos.

Para o fisioterapeuta, dependendo do tipo de cirurgia ou da duração do procedimento, é imprescindível que o paciente trabalhe a parte respiratória, para que o quadro pós-operatório tenha êxito e a recuperação seja mais rápida.

A técnica de enfermagem e paciente FCecon, Alice Lima Gomes, 54, explica como começou seu processo de reabilitação após iniciar a terapia de combate ao câncer de mama na FCecon. “Cheguei com medo, pois nem movimentava meu braço. Ai, o fisioterapeuta disse: daqui a alguns dias, nós vamos jogar vôlei. E eu me perguntava: será que eu vou levantar meu braço de novo? Graças à fisioterapia, meus movimentos no pós-cirúrgico melhoraram significativamente”, comemorou.

A paciente ressaltou a importância de seguir as orientações de acordo com as prescrições de seu médico. “Ao cumprir as recomendações médicas cuidadosamente e fazer dez sessões seguidas de fisioterapia. durante três vezes na semana, consegui levantar meu braço antes mesmo de terminar a série de exercícios”, destacou a paciente.

Mastectomia

O pós-operatório de mastectomia (cirurgia para a retirada parcial ou total das mamas) é marcado pela limitação dos movimentos nos braços e o encurtamento de musculatura. Nesse caso, a fisioterapia auxilia na reabilitação, proporcionando ganhos na movimentação e prevenção de aderências e disfunções.

“O tratamento trabalha a musculatura que está atrofiada por desuso, evitando que ela fique comprometida a longo prazo.  O resultado é significativo, pois auxilia na reinclusão social e no retorno às atividades cotidianas”, frisou Augusto dos Santos.

Fisioterapia intensiva

O especialista ressalta que a Fisioterapia Intensiva, modalidade que se aplica, geralmente, a pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), é considerada de extrema importância no processo de recuperação do pós-operatório.

Ela trabalha a capacidade de oxigenação respiratória e toda a parte hemodinâmica. A fisioterapia intensiva inicia na UTI, mas, na maioria das vezes, tem continuidade quando os pacientes são transferidos para os leitos de infermaria, após a melhoria do quadro clínico. “A atuação fisioterápica nesses pacientes trabalha os membros superiores e inferiores, caixa torácica, e é indispensável para a prevenção às pneumonias ocasionadas por acumulo de líquido. Ela também evita o encurtamento dos tendões, já que pacientes nessa condição passam um longo tempo deitados, tendo seus movimentos limitados”.

Dependendo da especialidade, ortopedia, mastologia ou cirurgia geral,  as técnicas utilizadas denominam-se cinesiologia, pautada pelo estudo dos movimentos humanos. Segundo Augusto dos Santos, elas podem variar de acordo cada caso, patologia e condição clínica do paciente. A fisioterapia utiliza como complemento, aparelhos de ultrassom, equipamentos a laser e, ainda, eletroestimulação, que trabalham a analgesia, prevenindo as dores inerentes às terapias contra o câncer e ajudando no relaxamento muscular e respiratório. “O resultado é mais qualidade de vida para quem luta contra a doença”, finalizou.