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Brasil

Flamengo adulterou cena do incêndio no Ninho do Urubu, acusa engenheiro

Flamengo diz em nota que jamais 'pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio'

Flamengo adulterou cena do incêndio no Ninho do Urubu, acusa engenheiro

Incêndio no dormitório do clube deixou 10 mortos e seis feridos (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O Flamengo adulterou a cena do incêndio que matou 10 crianças no Ninho do Urubu, sede do clube, em 8 de fevereiro de 2019, denunciou José Augusto Bezerra, engenheiro contratado pelo clube para apurar a tragédia, na manhã desta segunda-feira (6), em entrevista exclusiva ao UOL.

Na publicação, Bezerra afirma que o CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, autorizou a um funcionário que arrancasse partes de uma instalação elétrica problemática ainda durante a apuração do sinistro. O resultado final da perícia da polícia apontou um defeito no sistema de climatização e o material inflamável das paredes dos contêineres pela tragédia.

Laudo e processo

O UOL teve acesso ao laudo de Bezerra, que, além do ar, aponta a “má instalação elétrica” do alojamento como uma das causas da tragédia.

O Flamengo trata o laudo como “documentação elaborada unilateralmente pela empresa”. E afirma que Bezerra vazou informações “cobertas por sigilo contratual” para influenciar a disputa que trava com o clube na Justiça por outro motivo.

Em março de 2020, o engenheiro processou o Flamengo por quebra de contrato de um serviço posterior ao laudo. Na ação, ele alega que o clube rescindiu com sua empresa depois que ela se negou a pagar uma “mesada” a uma pessoa que se dizia ligada à diretoria.

O Rubro-negro diz que o serviço não foi feito e pede de volta o dinheiro que pagou. Além disso, interpelou Bezerra criminalmente para apontar quem lhe pediu propina -o que até hoje não foi revelado.

O Flamengo nega acusações e publicou resposta sobre a matéria veiculada (veja abaixo).

“Jamais o Senhor Reinaldo Belotti pediu a quem quer que fosse para adulterar a cena do local do incêndio, o que seria inútil haja vista a consumação imediata da perícia, logo após ao incêndio, bem antes dessa empresa e seu sócio surgirem no cenário. O clube também sustenta que ‘não há, em toda a vasta documentação produzida pelas autoridades públicas, qualquer elemento de prova que indique ou confirme a acusação leviana e caluniosa feita por esse senhor [Bezerra]'”.

Relembre o caso

O incêndio que tomou conta de parte do centro de treinamento do Flamengo em Vargem Grande, conhecido popularmente como Ninho do Urubu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, aconteceu por volta das 5h da manhã de 8 de fevereiro de 2019. 26 atletas juvenis dormiam lá no horário. Destes 10 morreram e três ficaram feridos.

Foram vítimas fatais do incêndio: Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Gedson Santos e Pablo Henrique Matos que tinham 14; Christian Esmério, Jorge Eduardo Santos, Samuel Thomas e Vitor Isaías, com 15; e Rykelmo de Souza, o mais velho, com 16. 

(*) Com informações do UOL

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