'Foi um desespero, e dói', diz sobrevivente de deslizamento de barranco

Moradores sobreviveram ao desmoronamento de barranco que matou oito pessoas (Foto: Camila Duarte/AM1)

Manaus – A sorte de ter a vida preservada após uma tragédia é um dos sentimentos do autônomo Felipe da Silva Guedes, que também precisa controlar a dor de buscar pelos corpos dos vizinhos, vítimas do deslizamento de barranco nesse domingo (12), no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus.

Com exclusividade para o Portal AM1, o autônomo contou que precisou abandonar a casa que estava construindo para morar com a esposa e os filhos, por conta do risco de novos desabamentos no local.

Na noite de domingo (12), quando aconteceu a tragédia, Felipe escutou a movimentação e os gritos dos vizinhos, que pediam por ajuda, foi quando resolveu sair para ver o que estava acontecendo.

‘’Tava aquele alvoroço na rua, quando saí já me deparei com a lama’’, disse. ‘’As pessoas pediam ajuda, e nós fomos ajudar. Quando chegamos, ainda identificamos gente com vida, mas não deu tempo de ajudar’’, afirmou.

Ele ainda contou que conhecia todas as vítimas do desastre, e foi ele e os demais vizinhos que fizeram o trabalho de resgate das vítimas, ao lado das autoridades.

Moradores ajudaram a resgatar as vítimas (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

‘’Conhecia todas as vítimas. Fomos nós, moradores, que tiramos todos os mortos. Eu saí era 4h do meio do barranco’’, disse.

Ainda sem dormir por conta das lembranças da noite anterior, ele desabafou e disse que nunca imaginou passar por uma situação dessas.

‘’Nunca imaginei passar por isso, é uma experiência que ninguém quer passar. Quando a esposa do homem [vítima] falou que ele ‘tava’ soterrado lá e nós fomos, cavamos e vimos; foi um desespero. Tu ver um pai abraçado com o filho debaixo do barro, dói e muito!’’, relatou.

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