Manaus, 6 de maio de 2024
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Cidades

Funcionário da Bemol morto no ônibus atuava como jovem aprendiz: ‘estava feliz’

Melquisedeque Santos do Vale, de 20 anos, voltava para casa após um dia de trabalho, quando foi vítima de latrocínio

Funcionário da Bemol morto no ônibus  atuava como jovem aprendiz: ‘estava feliz’

Foto: redes sociais

MANAUS, AM – Vítima de um latrocínio que chocou Manaus na noite dessa quinta-feira (16), Melquisedeque Santos do Vale, de 20 anos, tinha começado a trabalhar na loja de departamento Bemol, neste mês, como jovem aprendiz. Ele foi morto com um tiro na cabeça durante um assalto no ônibus 444, no bairro Tarumã, zona Oeste, ao retornar para casa, após mais um dia de trabalho.

Melquisedeque era da etnia Sateré-Mawé e veio do município do Manaquiri para Manaus em busca do primeiro emprego. Há uma semana havia conseguido a vaga de jovem aprendiz na loja e no dia em que foi assassinado tinha recebido uma cesta natalina.

“Ele estava feliz e ontem mais ainda por ter recebido essa cesta de Natal da empresa onde estava trabalhando. Eu sempre trabalhei na roça para não faltar nada para o meu filho e agora ele poderia realizar o sonho de me ajudar”, contou a mãe do jovem à imprensa.

A mãe também relatou que ele produzia e vendia máscaras em Manaquiri e que no mês passado decidiu se mudar para Manaus. Bastante emocionada, ela pediu Justiça.

“Eu não aceito e peço pelo amor de Deus que sua morte não fique no esquecimento. Eu peço justiça não somente por ele, mas todos os jovens que vêm do interior atrás de uma oportunidade. Infelizmente não terei meu filho nem no Natal e nem no Ano Novo”, lamentou.

Nas redes sociais, Melquisedeque se mostrava um jovem alegre e com bastante amigos. Ele sempre fazia postagens dos locais que frequentava e a última está datada do dia 13 de dezembro.

Sobre o crime

De acordo com o motorista do ônibus, três homens vestidos de gari anunciaram um assalto na avenida Torquato Tapajós, no momento em que o veículo seguia para o centro de cidade. Ele relata momentos de terror vividos por ele e os passageiros.

“Um pulou a catraca do meu lado e anunciou o assalto. Todo mundo ficou em pânico porque ele ameaçava e de repente ouvi um tiro pelo lado de trás. Então, entramos na rua que dá acesso ao aeroporto e eles desceram em uma área de mata. Antes de sair, a arma de um deles falhou quando ele tentou atirar contra a minha cabeça”, relembrou.

Leia mais: Covardia: jovem é morto com tiro na cabeça em assalto ao ônibus 444 em Manaus

Testemunhas do crime informaram que Melquisedeque não teria reagido contra a ação dos assaltantes para que fosse baleado. A vítima estava trajando uma farda de trabalho e possuía um crachá da empresa Bemol.

O corpo da vítima foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). O caso será investigado pela Polícia Civil.

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