Manaus, 7 de maio de 2024
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Manaus, 7 de maio de 2024

Brasil

Garimpeiros atacam comunidade Yanomami, deixando um morto e dois feridos

Jovens foram atacados por garimpeiros na Comunidade Uxiú, na Terra Indígena Yanomami, na tarde de sábado (29)

Garimpeiros atacam comunidade Yanomami, deixando um morto e dois feridos

Indígena Yanomami é resgatado após ataque na tarde de sábado (Foto: Júnior Hekurari/ Divulgação)

Boa Vista (RR) – Dois indígenas Yanomami feridos e um morto a bala. Esse é o saldo de um ataque de garimpeiros armados à Comunidade Uxiú, na tarde de sábado (29), afirma o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Yek’wana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami.

Os indígenas feridos têm 24 e 31 anos e foram resgatados pelos profissionais do Distrito sanitário Especial Indígena (DSEI Yanomami), que atuam em Surucucu, localidade próxima, também nos limites da Terra Indígena Yanomami, e da sala Vermelha da unidade do Centro de Referência Surucucu. Eles aguardam remoção ao Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, capital de Roraima.

O Yanomami morto se chamava Ilson Xirixana e tinha 36 anos. Ferido gravemente na cabeça, chegou inconsciente à unidade, não resistiu aos ferimentos e morreu às 5h33 deste domingo. Ilson era agente indígena de saúde (AIS) e atuava na região.

Garimpeiros na Terra Yanomami

A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil e enfrentou nos últimos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. A exploração causa destruição ambiental, insegurança, conflitos armados e impacta, principalmente, na saúde dos indígenas.

No início deste ano, foi revelada uma grave crise sanitária e humanitária devido ao avanço do garimpo ilegal e desassistência do governo federal, que resultou na morte de diversas crianças e adultos.

Na tentativa de frear e combater o avanço do garimpo, o governo do presidente Lula (PT) deflagrou operação conjunta contra os invasores. Dentro do território, agentes do Ibama, Funai, Força Nacional e PF atuam com ações de enfrentamento, queimando aeronaves e apreendendo materiais de suporte para a vasta logística de garimpeiros.

Enquanto isso, também, são feitos atendimentos de saúde aos indígenas doentes. Esses atendimentos ocorrem dentro do território, com equipes que atuam no polo de Surucucu, no Hospital de Campanha, em Boa Vista, e também nos hospitais públicos infantil e adulto, quando os casos se agravam.

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