Manaus, 8 de dezembro de 2024
×
Manaus, 8 de dezembro de 2024

Política

Glória Carrate é condenada a devolver R$ 3,2 milhões aos cofres públicos do AM

Vereadora Glória Carrate e o marido dela, Miguel Carrate, que é ex-deputado estadual, pagaram servidores públicos da CMM e da Aleam para que eles trabalhassem em suas empresas

Glória Carrate é condenada a devolver R$ 3,2 milhões aos cofres públicos do AM

Manaus/AM – A vereadora Glória Carrate (PL), que repudiou o beijo entre dois participantes do Big Brother Brasil 21, foi condenada, em fevereiro deste ano, a devolver mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos. A sentença foi proferida pelo juiz Leoney Harraquian, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Manaus.

Movida pelo Ministério Público do Amazonas (MPA-AM) e oriunda do procedimento preparatório nº 041/2010, a ação relata uso ilegal de servidores públicos da vereadora Glória Carrate e do então deputado estadual Miguel Carrate, que é marido da vereadora, com recursos da Câmara Municipal de Manaus (CMM) e Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), respectivamente.

De acordo com a condenação, os servidores eram pagos pelas Casas Legislativas, porém, trabalhavam na Casa de Saúde Santa Clara e na Casa de Saúde Associada da Compensa, estabelecimentos que são de propriedade de ambos os parlamentares.

Leia mais: David Reis ‘lança’ Glória Carrate para o BBB 2022 e ironiza: ‘Terá minha audiência plena’

A condenação atinge, ainda, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Francisco Deodato Guimarães, na gestão de Amazonino Mendes (Podemos), em 2017. Os pagamentos às entidades eram feitos pela pasta da Saúde.

Os três terão que devolver R$ 1,6 milhão referente ao Convênio nº 31/1999 e R$ 1,5 milhão referente ao Convênio nº 19/2000. Pela soma, o total a ser devolvido aos cofres públicos é de R$ 3.220.000,00.

Denúncia

Na denúncia, o Ministério Público apontou que Glória e Miguel Carrate se aproveitaram da máquina pública e de sua posição em ambas as Casa Legislativas para enriquecer ilicitamente.

O caso veio à tona após reclamação trabalhista feita por Flávia Etelvina Lima na Polícia Federal. Flávia disse que era funcionária da Casa de Saúde Santa Clara, mas que recebia seus vencimentos pela Câmara Municipal de Manaus, por meio do gabinete da vereadora Glória Carratte.

A PF ouviu depoimento de alguns funcionários, que confirmaram o esquema, além de apontar que dois familiares da vereadora eram os representantes das empresas. Glória e Miguel Carrate também foram ouvidos, todavia,  chegaram a entrar em contradição sobre as informações.

Pedimos um posicionamento da vereadora, mas até o fechamento desta matéria não recebemos resposta. O espaço segue aberto para que ela se manifeste.

Polêmica

Essa condenação veio à tona após a vereadora ter usado o seu tempo de fala, no último dia 26, para emergir o beijo que ocorreu no dia anterior entre dois homens participantes do Big Brother Brasil 21, da Globo, Gilberto e Fiuk. Ela repudiou o caso e classificou como uma ‘vergonha’ e ‘falta de respeito’.

“Eu gostaria de deixar aqui meu repúdio e contar aqui com a colaboração de todos os vereadores, vossa excelência sabe que nós estamos aqui primando sempre pelo bom comportamento, criação dos nossos filhos, uma vez que tudo está banalizado. Os valores se inverteram. É uma vergonha o que apareceu e está nas redes sociais, os dois se beijando e a Globo mostrando isso”, disse.

Leia mais: Após polêmica sobre o BBB21, Glória Carrate se retrata nas redes sociais

Após ter sido duramente criticada e julgada, inclusive como homofóbica, Glória Carrate se retratou. Nas redes sociais, ela afirmou que o seu repúdio foi referente “aos dois participantes terem ficados nus, e, de conseguinte beijaram-se”, e que “não fez juízo de valor quanto à inclinação sexual dos participantes”.

[pdf-embedder url=”https://amazonas1.com.br/wp-content/uploads/2021/04/gloria.pdf”]