Manaus, 13 de maio de 2024
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Manaus, 13 de maio de 2024

Brasil

Governo faz ‘força-tarefa’ para abrigar venezuelanos em RR

Governo faz ‘força-tarefa’ para abrigar venezuelanos em RR

A partida de mais 233 venezuelanos para outros estados do Brasil alivia um pouco a demanda crescente por assistência em Roraima. Cerca de 4 a 6 mil venezuelanos estão em Boa Vista e o estado se prepara para receber mais pessoas que fogem da crise econômica intensa instalada no país vizinho. Em Boa Vista, são sete abrigos já funcionando; em Pacaraíma, um. Mais três devem ficar prontos na capital e outro na cidade de fronteira.

Venezuelanos aguardam vagas em abrigos para refugiados em Boa Vista (Agência Brasil)

“Em Boa Vista, ainda temos pessoas na Praça Simón Bolívar. São os próximos que vamos abrigar. Ficando prontos os abrigos, em mais uma semana, a gente vai fazer essa manobra. Com a desocupação da praça e com alguns remanescentes em um prédio ou outro, estaremos estabilizados”, disse o general de Divisão Eduardo Pazuello, coordenador da operação de acolhimento dos migrantes, chamada de Força-Tarefa Humanitária.

Do lado de fora do abrigo Jardim Floresta, dezenas de pessoas se agitam sempre que o portão é aberto. Querem entrar e dormem na rua à espera de uma vaga. Alguns reclamam que são ignorados pelos responsáveis pela administração do local.

“Fiquei cinco dias na porta. Tomei chuva e sol, com fome e sono. Chegam outras mulheres que acabaram de aparecer e passam, não dão nenhum tipo de resposta”, reclama Maria Valéria, de 26 anos. Outras mulheres, algumas com filhos de colo, e homens também aguardam uma vaga e, enquanto isso, dormem na rua. “Não saímos da Venezuela porque quisemos. Saímos porque não há comida. Quantas pessoas não saíram da Venezuela porque não tem o que comer?”, desabafa a jovem, vinda da cidade de El Tigre.

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Questionado, o oficial de relações institucionais da Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Pablo Matos, reconhece o problema. “É uma situação realmente delicada, porque o abrigo tem um limite máximo de pessoas que pode receber 600 pessoas. Para acolher pessoas novas, a gente tem que esperar algumas migrantes saírem. Realmente tem esse problema e não só aqui; outros abrigos enfrentam esse mesmo desafio”.

Ele esclarece ainda que existe uma lista de espera e que o abrigo Jardim Floresta recebe, preferencialmente, famílias com crianças, mulheres em situação de risco, idosos e deficientes. Ele afirma que sempre que possível conversa com as pessoas do lado de fora. “Toda vez que um dos nossos colegas saem nós somos abordados. Não é com todos que a gente fala, mas com aqueles com que a gente conversa é exposta a mesma situação”.

(*) Com informações da Agência Brasil