Manaus, 9 de maio de 2024
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Manaus, 9 de maio de 2024

Brasil

Incêndios criminosos ameaçam o transporte público

Violência leva empresas a buscar ajuda do governo. Segundo NTU, de 1987 até hoje já são quase cinco mil ônibus queimados no Brasil.

Incêndios criminosos ameaçam o transporte público

Os incêndios criminosos de coletivos urbanos, que ameaçam o transporte público há décadas,  estão causando uma preocupação crescente entre as empresas do setor: a recente onda de violência em Fortaleza (Ceará) já reduziu a cinzas 15 ônibus; desde o início do ano já foram queimados 23 coletivos em todo o país. A escalada da violência motivou a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) a procurar o governo para pedir medidas mais duras contra esse tipo de crime.

Para mostrar a gravidade da situação, a NTU entregou ao Governo Federal nesta quinta-feira (17/01) uma publicação com o histórico dos casos de incêndios a ônibus desde 1987 até os dias de hoje. O material foi recebido pelo general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O general Heleno reiterou a preocupação do governo com o problema e disse que estão sendo tomadas as providências cabíveis.

Desde o início do ano já foram queimados 23 coletivos em todo o país. (Divulgação)

“Não podemos mais conviver com essa violência e impunidade que coloca em risco a vida de passageiros, motoristas e cobradores, além de gerar prejuízos financeiros ao setor e danos irreparáveis à sociedade, que sofre os efeitos da falta do transporte para realizar as tarefas do dia a dia”, alerta o presidente executivo da NTU, Otávio Cunha. Ele destacou que esse tipo de ação criminosa já causou a morte de 20 pessoas e queimaduras graves em outras 62, segundo o levantamento.

A publicação Fogueiras da Insensatez – por que queimam os ônibus no Brasil, produzida pela NTU em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), traz um apanhado histórico das ocorrências de queima de ônibus em todo o país, com depoimentos e números que mapeiam os crimes. “Além da ameaça contra a vida, esses atos comprometem  um bem público e um serviço essencial, reconhecido pela Constituição Brasileira como um direito social”, lamenta Otávio Cunha.

Segundo a publicação, esse tipo de violência causou a destruição de 4.330 ônibus entre 1987, quando essa prática teve início, e julho de 2018. Além das vítimas fatais e feridos graves, a queima de ônibus priva as comunidades de transporte (a reposição dos veículos leva vários meses) e gera graves prejuízos econômicos, já que não há cobertura de seguro para esse tipo de sinistro e as empresas têm que arcar integralmente com os custos envolvidos.

 

(*) Com informações da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU)