Manaus, 3 de maio de 2024
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Política

Irmãos Weintraub viram alvos de Frias e Eduardo Bolsonaro

Abraham e Arthur Weintraub, que já integraram o governo, passaram a criticar o presidente e receberam artilharia pesada

Irmãos Weintraub viram alvos de Frias e Eduardo Bolsonaro

Foto: Reprodução

BRASÍLIA, DF – A ala da direita brasileira associada ao presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) tem cada vez mais entrado em conflitos internos. Nesta quinta-feira (20), foi a vez do secretário especial de Cultura, Mário Frias, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) dispararem contra os irmãos Arthur e Abraham Weintraub, que já exerceram cargos no Palácio do Planalto.

A celeuma teria começado quando Mário Frias curtiu um tweet em que uma apoiadora de Bolsonaro dizia que Abraham Weintraub seria preso em breve, e que haveria “choro e ranger de dentes”. Arthur Weintraub fez uma captura da tela, e disse que não havia motivo para que Abraham fosse preso, porque a Lei de Segurança Nacional já havia sido revogada. Abraham, ex-ministro da Educação, deixou a pasta depois que foi indiciado em um inquérito baseado no ordenamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

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“O absurdo contra a gente é incrível. Esse tipo de post poderia vir igualmente da esquerda. Com o mesmo teor. Criando mentiras descaradamente. Com like de membro do governo?! Se acham que ele será preso, não deveriam tomar atitude para obstruir prisão ilegal?! Like nisso é o que?”, diz o tuíte.

Abraham também comentou a postagem, dizendo que a mulher defende a sua prisão ilegal por defender a liberdade e o combate à corrupção. “Em outro post, ela menospreza outras prisões ilegais. Mário Frias, secretário do Governo, curtiu? Espero que tenha sido um engano”, escreveu o ex-ministro.

A resposta

Os comentários dos irmãos Weintraub, que são professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foram rebatidos pelo próprio Mário Frias, que está isolado por ter sido infectado com o coronavírus. Segundo Frias, não havia motivo para os dois ficarem chateados, porque já haviam curtido tuítes que chamavam Bolsonaro de “frouxo, covarde e vendido para o sistema”. “Não gostaram da brincadeira de oposição sonsa? Estão nela há mais de um ano, com “indiretinhas” cínicas e meias palavras. Achei que esse era o jogo”, escreveu o secretário.

Frias afirmou que os dois atacam Bolsonaro enquanto desfrutam de “altos salários dos cargos em que o PR os colocou”. Arthur exerce funções na Organização dos Estados Americanos (OEA), enquanto Abraham é diretor executivo no Banco Mundial, indicado por Bolsonaro. O secretário de Cultura ainda disse que teria recebido ataques de pessoas ligadas aos Weintraub porque não quis “nomear os apadrinhados de vocês aqui na Secretaria da Cultura”.

“Vocês se vendem como mártires, mas ganham uma fortuna em dólar para ficar alimentando ataque contra o presidente e seus aliados. Toma vergonha na cara, rapaz. Indireta é coisa de moleque. Vira homem. Digo para quem quiser ouvir: vocês são oposição, a mais baixa que existe, a oposição cínica e sonsa. E não são conservadores coisa nenhuma. São 2 oportunistas que encheram o Ministério de esquerdistas e só se agarraram no conservadorismo quando a coisa apertou pro lado de vocês”, escreveu Frias.

Abraham rebateu, dizendo que se curtiu algo errado, foi por engano, e que retirou a curtida quando soube. E voltou a acusar Frias de apoiar sua prisão, que ele considera ilegal. “Você, secretário indicado pelo governo, intencionalmente, manifesta apoio à minha prisão. Sempre te recebi bem e te amparei, quando eu era ministro e você estava por baixo”, disse o ex-ministro.

Bolsonaro

Foi neste momento que o deputado federal Eduardo Bolsonaro entrou na briga. Em seu perfil, o filho do presidente repostou a sequência de tuítes de Mário Frias, dizendo que não era briga de divisão da direita, mas sim uma “separação entre joio e trigo”. “Todo este tempo que nós engolíamos sapos na verdade era a chance para eles se corrigirem, mas nada foi feito. Então agora está aí tudo às claras”, escreveu o filho do presidente.

Abraham e Arthur Weintraub deixaram o Brasil e as funções após polêmicas durante a pandemia do novo coronavírus. Arthur, que exercia o cargo de assessor especial da Presidência, foi acusado de integrar o chamado “gabinete paralelo”, formado por médicos e cientistas que teriam sido incumbidos por Bolsonaro de procurar um tratamento alternativo para a covid-19.

Já Abraham, que foi ministro da Educação até junho de 2020, saiu do Ministério após sua condenação em processo no STF, e se mudou para os Estados Unidos. Ele retornou na última semana, e em entrevistas recentes, passou a atacar atitudes do presidente Jair Bolsonaro.

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